Humildade Sempre
Alegra-te por fazeres parte da grandeza indescritível do Universo.
Não te subestimes, a ponto de constituíres-te uma nota dissonante, nesta
sinfonia de incomparável musicalidade.
Busca sintonizar-te com a melodia que paira no ar, vibrante, afinando-te com a glória da vida.
Engrandece-te na ação das coisas de menor monta; apequena-te, quando diante das
expressivas realizações que promovem os pruridos da vaidade e desarticulam as
peças da simplicidade.
No contexto das expressões do Universo tu és importante, traduzindo a glória da
Criação e evoluindo sem cessar.
A humildade exterioriza o valor e a conquista pessoais.
Ignorando-se, irradia-se e fomenta a paz em toda parte.
Jamais te deixes engolfar pela revolta, que traduz soberba e orgulho.
Quando alguém se permite penetrar de humildade, enriquece-se de força renovadora
que se não exaure.
Contempla as estrelas, mas não te descuides dos pedregulhos sob os teus pés.
Sonha com os acumes esplendorosos das alturas, no entanto, não desconsideres as
dificuldades-desafio da ascensão.
O Sol, que mantém a corte de astros que o cercam, desgasta-se, lentamente.
A Tecnologia, de tão salutares benefícios para a Humanidade, também responde
pela tremenda poluição que ameaça a vida e a Natureza.
O metal, que reluz, se consome no burilamento a que se entrega.
Só a humildade brilha sem desgastar-se e eleva sem por em perigo.
Muitos falam, escrevem e traçam definições sobre a humildade de que se dizem
possuidores ou que propõem para vivê-la os outros.
Sê tu aquele que passa incompreendido, porém entendendo o próximo e as
circunstâncias, sem tempo para justificativas ou colocações defensivas.
Segue a programação a que te vinculas com o bem, não descurando o burilamento
íntimo, o sacrifício pessoal.
Se outros pensam em contrário à tua atividade — cala e prossegue.
Cada qual responde a si mesmo pelo que é e pelo que faz.
A humildade difere da humilhação. Uma é luz, outra é treva; a primeira eleva, a
segunda rebaixa.
Investe-te da segurança, de que, na Terra, ainda não há lugar ou pelo menos
compreensão, para a verdadeira humildade de que Jesus se fez o protótipo por
excelência, e, olhos nEle postos, ignora o mal e os sequazes dos maus, não
revidando nem magoando ninguém, embora ferido, em sofrimento intenso, na certeza
da vitória plena e final, após a larga travessia pelo oceano das paixões humanas dilacerantes.
Joanna de Ângelis