A Construção da Espiritualidade na Medicina
Cada vez mais, “minorias criativas” (1) buscam a integração entre Fé e Razão, tendo em vista que é impossível compreender o mundo, o universo e o próprio ser humano, sem as luzes de um paradigma, de um modelo, que contemple todas as áreas das cogitações humanas. As revoluções conceituais da física , no século XX, muito contribuíram para essa nova visão da realidade, demonstrando que a matéria cedeu lugar à energia, o tempo é variável, o movimento descontínuo, a interconectividade não localizada, e a consciência é capaz de influir nos eventos, selecionando possibilidades. Nesse novo tempo, especialistas passaram a enxergar o ser humano de forma integral, conectado a uma imensa rede invisível, que engloba todas as coisas, do micro ao macrocosmo, e não têm nenhum pudor em reconhecer a complementaridade entre Ciência e Religião, valorizando a integração da Espiritualidade à vida humana.
Neste site, você acompanhará todos os desdobramentos do novo paradigma para a
saúde proposto pelo Espiritismo e também notícias de outras propostas de
Medicina e Espiritualidade. Esperamos que ele possa lhe ser útil.
Cada vez mais, “minorias criativas” (1) buscam a integração entre Fé e Razão,
tendo em vista que é impossível compreender o mundo, o universo e o próprio ser
humano, sem as luzes de um paradigma, de um modelo, que contemple todas as áreas
das cogitações humanas. As revoluções conceituais da física , no século XX,
muito contribuíram para essa nova visão da realidade, demonstrando que a matéria
cedeu lugar à energia, o tempo é variável, o movimento descontínuo, a
interconectividade não localizada, e a consciência é capaz de influir nos
eventos, selecionando possibilidades. Nesse novo tempo, especialistas passaram a
enxergar o ser humano de forma integral, conectado a uma imensa rede invisível,
que engloba todas as coisas, do micro ao macrocosmo, e não têm nenhum pudor em
reconhecer a complementaridade entre Ciência e Religião, valorizando a
integração da Espiritualidade à vida humana.
Foi assim que ganhou impulso, na década 1970, uma dessas minorias criativas,
formada por médicos que buscam implantar nas universidades estudos de Medicina e
Espiritualidade. Sob essa denominação, já há cursos regulares ou opcionais, e
também de pós-graduação, em 2/3 das universidades americanas, entre outras, nas
Escolas Médicas de Harvard, com Herbert Benson, judeu, de Duke, com Harold
Koenig, católico, do Novo México, com William Miller, luterano. Afirmamos, com
renovada alegria, que nós, médicos espíritas, fazemos parte de uma dessas
minorias criativas que tenta levar Espiritualidade às universidades, porque os
fundamentos da Medicina Espírita estão em sintonia com o que é realizado, hoje,
na maioria das universidades norte-americanas.
A obra do ilustre físico e humanista Fritjof Capra, especialmente, O Ponto de
Mutação , está na vanguarda dessa luta em favor de um novo paradigma para a
humanidade, em particular para a Medicina, com sua proposta de Assistência
Holística à Saúde, que contempla o ser humano integral – Mente-Corpo. Nessa luta
por um novo modelo de saúde, engajou-se também o físico quântico, Amit Goswami,
com sua teoria sobre a Consciência, exposta em sua obra, especialmente, O
Universo Autoconsciente. Nela, ele sustenta que a Consciência está fora da
matéria, sendo, na verdade, fonte criadora do mundo material.
Hoje, tanto quanto nos séculos XIX e XX, há fortes evidências científicas da
existência do Espírito. Pesquisadores, em sua maioria não espíritas, têm
investigado casos de Experiências de Quase Morte (EQM), Visões no Leito de
Morte, Experiências Fora do Corpo, Transcomunicação Instrumental e Reencarnação,
acumulando evidências em favor da sobrevivência da alma.
O neuropsiquiatra, Peter Fenwick, os cardiologistas Michael Sabom e Pim Van
Lommel, os psiquiatras, Raymond Moody Jr , Elizabeth Kübler-Ross e Sarah
Kreutziger, o pediatra Melvin Morse, os psicólogos, Kenneth Ring, Phillis
Atwater e Margot Grey, entre outros, relataram casos de EQM, contando o que
centenas de sobreviventes da morte vivenciaram, quando foram considerados
clinicamente mortos. A conclusão dos pesquisadores e dos sobreviventes é de que
algo imaterial sobrevive à morte do corpo físico.
Na alentada obra Reincarnation and Biology, de Ian Stevenson , professor de
Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de Virgínia, EUA,
constatamos também, nos 2.600 casos pesquisados, não apenas evidências da
sobrevivência do espírito, mas igualmente da reencarnação, podendo-se
acompanhar, inclusive, a correlação entre as marcas de nascença e os defeitos
congênitos da existência atual com as vivências anteriores.
Hoje, já há centenas de trabalhos publicados em revistas científicas
prestigiadas, como The Lancet, New England Journal of Medicine; British Medical
Journal, JAMA etc. sobre o valor da prece na terapêutica (ver site:
www.ncbi.nlm.nih.gov, do NIH). Do mesmo modo, experiências realizadas pelo
psicólogo brasileiro, Júlio Peres, em parceria com o neurocientista, Andrew
Newberg, da Universidade da Pensilvânia, EUA, evidenciaram áreas do cérebro em
funcionamento, que são ativadas e rebaixadas, durante as sessões de Terapia por
Regressão de Memória, realizadas com pacientes do Instituto Nacional de Terapia
de Vivências Passadas (INTVP) do Brasil. Essas pesquisas, somadas às que o dr.
Newberg realizou com pessoas em estado de vigília e meditação, mostram um campo
promissor para o estudo do Espírito e sua atuação sobre a matéria.
No Japão, Massaru Emoto, após 8 anos de investigação, publicou o livro, Messages
from the Water, mostrando como a água pode formar cristais perfeitos ou não,
conforme a ação exercida sobre ela pelos pensamentos e sentimentos humanos.
Tanto as experiências de Andrew Newberg e Júlio Peres, quanto as de Massaru
Emoto trazem subsídios importantes para validar a Terapêutica Complementar
Espiritual e entreabrem novos campos para a pesquisa em medicina energética.
Hoje, com o progresso vertiginoso da Ciência e, igualmente, o aumento maciço das
doenças da alma, é imperioso que esses cursos de Medicina e Espiritualidade se
multipliquem nas Escolas Médicas do mundo. A mudança de mentalidade, porém, não
é nada fácil. Há três séculos, a ênfase tem sido para a visão de um ser humano
esquizofrênico, dividido entre as investigações científicas e a busca religiosa,
consideradas e alimentadas como irreconciliáveis. Esse paradigma antigo,
materialista reducionista , está calcado no predomínio do egoísmo sobre o amor,
do intelecto sobre o sentimento, e tem sido responsável pelo recrudescimento da
violência, da ambição sem freios, dos vícios, da intolerância religiosa e das
grandes desigualdades e calamidades sociais. Nele, o ser humano é reduzido
tão-somente às funções neuroquímicas do cérebro, destituído de qualquer elemento
imaterial que anime suas células. Com esse modelo, não haverá paz no mundo.
Contra ele, a favor da integração espírito-matéria, coloca-se o movimento em
prol da Medicina e da Espiritualidade. Com a preponderância deste modelo, que
tem na solidariedade uma de suas importantes vigas-mestras, acreditamos que os
médicos estarão muito mais aptos a lidar com a dor humana, esforçando-se por
diminuir os sofrimentos e angústias dos seus irmãos em humanidade.
Notas: (1) Expressão do historiador Arnold Toynbee, que designa grupos
minoritários de pessoas, defensoras de mudanças evolutivas, em contraposição, à grande maioria, arraigada à mentalidade arcaica.
(2) Tese desenvolvida no seu livro O Universo Autoconsciente
Marlene Nobre