Doentes da Alma

Existem doentes da alma, quanto existem enfermos do corpo.

Quando encontrares companheiros envolvidos na sombra do materialismo destruidor, ao invés de invectivá-los, compadece-te.
Cercados pela vida triunfante, do sol aos vermes e do lodo às estrelas, quantos se acham aparentemente desligados da idéia de Deus e trazem o coração em transitório desequilíbrio.
Se te hostilizam, silencia.
Se te provocam, abençoa.
Não lhes atires fel ao vinagre em que se lhes represa a existência.
Pensa nas dificuldades e lágrimas que os fizeram assim.
Considera, sobretudo, que não são indiferentes à fé porque o desejem.

Surpreendemos os que foram orientados na rebeldia, desde a primeira infância e não dispõem de facilidades imediatas para renovarem convicções; os que viram mentalmente espancados por desenganos e perderam a confiança em si próprios; os que se supunham superiores à Sabedoria Divina e quiseram subjugar os seus irmãos, caindo em amargas experiências que os constrangeram ao reconhecimento da própria pequenez que ainda não conseguem admitir; os que tiveram a casa visitada pela morte e se revoltaram contra as leis da Vida que lhes favorecem os entes amados com a libertação, antes que se lhes arrochassem as cadeias de sofrimento; os que estimariam poder transformar inconsideravelmente os princípios do Universo e se fazem adversários de Deus por não lhes ser possível o controle absoluto da Natureza e da Humanidade; e aqueles outros que se enredaram em laços de angústia e pranto, pretendendo a fuga dos recursos expiatórios que criaram para si mesmos, na liberação das próprias culpas.


Emmanuel