Ambiente Doméstico
Freqüentemente, o Espírito renasce no mesmo meio em que já viveu,
estabelecendo de novo relações com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes haja feito.
Se reconhecesse nelas os a quem odiara, quiçá o ódio lhe despertaria outra vez no íntimo.
De todo modo, ele sentiria humilhado em presença daquelas a quem houvesse
ofendido.
Do item 11, no Cap.V, de "o Evangelho Segundo o Espiritismo"
Na comunhão de dois seres para a organização da família, prevalece o compromisso de assistência não só de um para com o outro, mas também para com os filhos que procedem do laço afetivo.
Não possuímos ainda na Terra institutos destinados à preparação da paternidade e
da maternidade responsáveis.
A evolução e o aprimoramento das ciências psicológicas de hoje, porém,
garantir-nos-ão no futuro semelhante evento.
Identifiquemos no lar a escola viva da alma.
O Espírito, quando retorna ao Plano Físico, vê nos pais as primeiras imagens de
Deus e da Vida.
Na tépida estrutura do ninho doméstico, germinam-lhe no ser os primeiros
pensamentos e as primeiras esperanças.
Não lhe será, contudo, tão fácil seguir adiante com os ideais da meninice, de
vez que, habitualmente, a equipe familiar se aglutina segundo os desastres
sentimentais das existências passadas, debitando-se-lhe aos componentes os
distúrbios da afeição possessiva, a se traduzirem por ternura descontrolada e
ódio manifesto ou simpatia e aversão simultâneas.
Pais imaturos, do ponto de vista espiritual, comumente se infantilizam, no tempo
exato do trabalho mais grave que lhes compete, no setor educativo, e, ao invés
de guiarem os pequeninos com segurança para o êxito em seu novo desenvolvimento
no estágio da reencarnação, embaraçam-lhes os problemas, ora tratando as
crianças como se fossem adultos ou tratando os filhos adultos como se fossem
crianças.
Estabelecido o desequilíbrio, irrompem os conflitos de ciúme e rebeldia,
narcisismo e crueldade, que asfixiam as plantas da compreensão e da alegria na
gleba caseira, transformando-a em espinheiral magnético de vibrações
contraditórias, no qual os enigmas emocionais, trazidos do pretérito, adquirem
feição quase insolúvel.
Decorre daí a importância dos conhecimentos alusivos à reencarnação, nas bases
da família, com pleno exercício da lei do amor nos recessos do lar, para que o
lar não se converta, de bendita escola que é, em pouso neurótico, albergando moléstias mentais dificilmente reversíveis.
Emmanuel