Divórcio e Lar
Indubitavelmente o divórcio é compreensível e humano, sempre
que o casal encontre à beira da loucura ou da delinqüência.
Quando alguém se aproxima, reconhecidamente, da segregação no cárcere ou no
sanatório especializado em terapías da mente, através de irreflexões com que
assinala a própria insegurança, é imperioso se lhe estenda recurso adequado ao
reequilíbrio.
Feita a ressalva, e atentos que devemos estar aos princípios de causa e feito
que nos orientam nas engrenagens da vida, é razoável se peça aos cônjuges o
máximo esforço para que não venham a interromper os compromissos a que se
confiaram no tempo. Para que se atenda a isso é justo anotar que, muitas vezes,
o matrimônio, à feição de organismo vivo e atuante, adoece por desidia de uma
das partes.
Dois seres, em se unindo no casamento, não estão unicamente chamados ao
rendimento possível da família humana e ao progresso das boas obras a que se
dediquem, mas também e principalmente - e muito principalmente - ao amparo
mútuo.
Considerado o problema na formulação exata, que dizer do homem que, a pretexto
de negócio e administração, lutas e questões de natureza superficial, deixasse a
mulher sem o apoi afetivo em que se comprometeu com ela ao buscá-la, a fim de
que lhe compartilhasse a existência ?
E que pensar da mulher que, sob a desculpa de obrigações religiosas e encargos
sociais, votos de amparo a causas públicas e contrariedades da parentela,
recusasse o apoio sentimental que deve ao companheiro, desde que se decidiu a
partilhar-lhe o caminho ?
Dois corações que se entregam um ao outro, desde que se fundem nas mesma
promessas e realizações recíprocas, passam a responder, de maneira profunda, aos
impositivos de causa e efeito, dos quais não podem efetivamente escapar.
Todos sabemos que no equilíbrio emocional, entre os parceiros que se
responsabilizam pela organização doméstica, depende invariavelmente a felicidade
caseira.
Por isso mesmo, no diálogo a que somos habitualmente impelidos, no intercâmbio
com os amigos encarnados na Terra, acerca do relacionamento de que carecemos na
sustentação da tranquilidade de uns para com os outros, divórcio e lar
constituem temas que não nos será lícito esquecer.
Se te encontras nas zonas pesadas da desarmonia conjugal, evoluindo para o
divórcio ou qualquer outra espécie de separação, não menosprezes buscar alguma
ilha de silêncio a fim de pensar.
Considera as própria atitudes e, através de criterioso auto-exame, indague por
teu próprio comportamento na área afetiva em que te comprometeste, na garantia
da paz e da segurança emotiva da companheira ou do companheiro que elegeste para
a jornada humana. E talvez descubras que a causa das perturbações existentes
reside em tí mesmo. Feito isso, se trazes a consciência vinculada ao dever,
acabarás doando ao coração que espera por teu apoio, a fim de trabalhar e ser
feliz, a quota de assistência que se lhe faz naturalmente devida em matéria de
alegria e tranqüilidade, amor e compreensão.
Emmanuel