Ética Mediúnica
Na lida com os desencarnados, o médium necessita saber que
está lidando com espíritos fora do corpo, homens sem o seu veículo físico de
manifestação a quem a morte não santificou e nem alterou, de imediato, a
natureza de seus pensamentos.
Entre encarnados e desencarnados deve se estabelecer uma parceria consciente com
objetivos que transcendem todo e qualquer interesse material.
Os Espíritos, habitando as dimensões do Invisível, continuam interessados no
progresso do planeta - não se trata apenas do propósito de cooperar com Jesus na
evolução da Humanidade; trata-se igualmente de melhorar a psicosfera do orbe
terrestre e as condições de vida nele existentes, posto que, com raras exceções,
todos haverão de tomar o caminho da reencarnação.
Os médiuns afeitos ao serviço do Bem, estão trabalhando sobre a Terra para
continuarem trabalhando no Mundo Espiritual, porquanto a vida de Além-Túmulo,
para todos os homens, é a seqüência natural do que estejam fazendo. Médiuns
apenas com a aparência de devotamento, movidos por interesses estritamente
pessoais, haverão de se decepcionar profundamente, quando a liberação do corpo
de carne os colocar em confronto com a própria consciência.
Ser médium não é uma condição especial para a criatura encarnada, no entanto
pode tornar-se pelo modo com que encare a tarefa que está sendo chamada a
desempenhar - sem dúvida, trata-se para o homem de uma das melhores
oportunidades de crescimento espiritual que a Lei está lhe conferindo, ao longo
de suas múltiplas experiências reencarnatórias.
O médium, portanto, deveria encarar com maior responsabilidade o compromisso,
lutando por um melhor aproveitamento do tempo.
Condição mediúnica desprezada assemelha-se ao talento enterrado da parábola de
Jesus... Os que se revela indiferentes diante de seus dons medianímicos, sejam
eles expressivos ou não, anularão em si mesmos excelente oportunidade de
trabalho; quem faz questão de cultivar-se mediunicamente, estabelece importantes
vínculos mentais dom a Espiritualidade, e a idéia de sua própria sobrevivência
constantemente o influência em suas decisões.
Em ser médium, o médium só tem a lucrar, desde, é claro, que mão utilize as suas
faculdades espirituais para a sua satisfação material - sim, porquanto existem
medianeiros que subordinam os interesses da mediunidade que são eternos, aos de
natureza temporária. Companheiros que, por desconhecerem a ética que impera na
mediunidade, permitam uma companhia espiritual saudável por espíritos
interesseiros e levianos.
A mediunidade, por assim dizer, é um terreno que será ocupado - no espaço
psíquico do medianeiro - por espíritos que lhe reclamarão a posse para o Bem ou
para o Mal.
A proteção espiritual destinada aos médiuns, na supervisão de suas atividades,
atua com base na sinceridade dos seus propósitos; medianeiros que atraiam a
influência dos espíritos ignorantes, não oferecerão sintonia aos que, por seu
intermédio, desejam desenvolver um trabalho sério e de conseqüências benéficas
para a Humanidade.
Sem o que chamaríamos de moral mediúnica, a mediunidade jamais será exercida de
modo responsável.
Odilon Fernandes