Mortos Amados
Na Terra, quando perdemos a companhia de seres amados, ante a
visitação da morte sentimo-nos como se nos arrancassem o coração para que se
faça alvejado fora do peito.
Ânsia de rever sorrisos que se extinguiram, fome de escutar palavras que
emudeceram.
E bastas vezes tudo o que nos resta no mundo íntimo é um veio de lágrimas
estanques, sem recursos de evasão pelas fontes dos olhos.
Compreendemos, sim, neste Outro Lado da Vida, o suplício dos que vagueiam entre
as paredes do lar ou se imobilizam no espaço exíguo de um túmulo, indagando
porquê...
Se varas semelhantes sombras de saudade e distância, se o vazio te atormenta o
espírito, asserena-te e ora, como saibas e como possas, desejando a paz e a
segurança dos entes inesquecíveis que te antecederam na Vida Maior.
Lembra a criatura querida que não mais te compartilha as experiências no Plano
Físico, não por pessoa que desapareceu para sempre e sim à feição de criatura
invisível mas não de todo ausente.
Os que rumaram para outros caminhos, além das fronteiras que marcam a
desencarnação, também lutam e amam, sofrem e se renovam.
Enfeita-lhes a memória com as melhores lembranças que consigas enfileirar e
busca tranqulizá-los com o apoio de tua conformidade e de teu amor.
Se te deixas vencer pela angústia, ao recordar-lhes a imagem, sempre que se
vejam em sintonia mental contigo, ei-los que suportam angústia maior, de vez que
passam a carregar as próprias aflições sobretaxadas com as tuas.
Compadece-te dos entes amados que te precederam na romagem da Grande Renovação.
Chora, quando não possas evitar o pranto que se te derrama da alma; no entanto,
converte quanto possível as próprias lágrimas em bênçãos de trabalho e preces de
esperança, porquanto eles todos te ouvem o coração na Vida Superior, sequiosos
de se reunirem contigo para o reencontro no trabalho do próprio aperfeiçoamento,
à procura do amor sem adeus.
Emmanuel