Suicídio
Não somente pelo gesto arrojado nos despenhadeiros da
auto-destruição, dominado pela loucura e a insensatez, o homem se suicida.
Também o faz pelo desrespeito às leis do equilíbrio e da serenidade com que a
vida nos dignifica em toda a parte. Suicidas! Quase todos o somos.
A Lei Divida é roteiro disciplinante e o corpo físico é vaso sagrado para a
evolução. No entanto, ao império da desordem, não raro desvalorizamos as bênçãos
do amor celeste e geramos as víboras que nos picarão, logo mais, contribuindo
com os anéis vigorosos que nos despedaçarão de imediato.
Coléricos extremados são suicidas impenitentes. Ciumentos inveterados, glutões
renitentes, sexualistas descontrolados, ambiciosos incorrigíveis, preguiçosos
dissolutos, toxicômanos inconseqüentes, alcoólatras insistentes, covardes e
melancólicos que cultivam as viciações do corpo e da mente, escravizando-se às
paixões aniquilantes em que se comprazem, são suicidas lentos, caminhando para
surpresas dolorosas, em que empenharão séculos de luta punitiva e dor reparadora
para a própria libertação nos círculos das reencarnações inferiores...
Em razão disso, afirmou Jesus há vinte séculos: “Buscai a Verdade e a Verdade
vos fará livres...”
E a Doutrina Espírita, parafraseando o Cordeiro de Deus, afirma: “Fora da
Caridade não há salvação”. Porque a Caridade, como o amor, é alma da Verdade
que, em si mesma, é a vibração da vida.
Espírita! Tenha cuidado! Ligue-se ao pensamento superior e cultive no
Espiritismo a idéia universal do bem, irrigando sua alma de consolo e esperança,
a fim de vibrar acima das paixões, tranquilo e feliz, após as lutas necessárias
no caminho renovador do aprendizado espiritual, na carne.
Valorizemos, desse modo, o auxílio ao próximo, mas consideremos que o respeito à
própria vida, para preservação do vaso orgânico que nos serve de veículo à
evolução, é Caridade que não pode ser desconsiderada em nosso roteiro
iluminativo.
Cultivemos o dever e a disciplina e afinados ao ideal de melhor servir em nome
do Servidor Incansável, prossigamos fiéis e dignos em todos os dias da vida.
Suicidas - suicidas quase todos nós o somos!
Porém, como Jesus é a “luz do mundo”, busquemo-lo, empenhando-nos nas lides da
imortalidade e despertaremos, além-da-morte, como andorinha feliz singrando o ar
ridente de Eterna Primavera.
Caibar Schutel