O Grande Mandamento
“Chegou um dos escribas e, tendo ouvido a discussão e vendo
que Jesus lhes havia respondido bem, fez-lhe esta pergunta:
Qual é o primeiro de todos os mandamentos?
Respondeu Jesus:
O primeiro é; Ouve, ó Israel: O Senhor é nosso Deus, o Senhor é um só; e amarás
o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu
entendimento e de toda a tua força.
O segundo é: amarás ao próximo como a si mesmo, excede a todos os holocaustos e
sacrifícios. Vendo Jesus que ele havia falado sabiamente, disse-lhe: Não estás
longe do Reino de Deus.
“E ninguém mais ousava interrogá-lo.” Marcos, 7:28,34
Três são os deveres indispensáveis à criatura humana: 1º para com Deus; 2º para
consigo mesmo; 3º para com seu próximo. Nisto resumiu Jesus a Lei e os Profetas.
Sendo Deus o autor de nossa existência, o nosso verdadeiro Pai, devemos dedicar,
primeiramente a Deus, todos os nossos haveres, a nossa própria Vida.
Os deveres do homem estão em relação com o seu grau de adiantamento, com as suas
aptidões físicas, intelectuais e psíquicas.
Ninguém pode dar senão o que tem, mas é fora de dúvida que devemos dar a Deus
tudo o que temos. E como os haveres que dedicamos a Deus são retribuídos com
centuplicados juros, cumpre-nos aproveitar todas essas dádivas para proveito do
próximo.
É do cumprimento desses deveres que começa a felicidade.
Satisfeitos os deveres que temos para com Deus, ocorre-nos tratar daqueles que
se relacionam com a nossa própria individualidade. É claro que essas obrigações
são de natureza material, intelectual e espiritual.
O homem veio à Terra para progredir e esse progresso depende do bom emprego que
faça do tempo para zelar do seu corpo, proporcionando-lhe a natural manutenção,
e cultivar o espírito, oferecendo-lhe luzes: luzes de Vida Eterna; luzes de
sabedoria verdadeira; luzes de moral perfeita.
O corpo é um intermediário para as recepções e manifestações exteriores; é
preciso que o tratemos e nos utilizemos dele como quem trata e se utiliza de uma
máquina para executar o trabalho de que está encarregado.
O Espiritismo abrange a parte material e a parte psíquica do indivíduo; exige
tratamento do corpo e cultivo do Espírito, sem detrimento um do outro.
Pela mesma maneira nos cumpre fazer para com o nosso próximo.
Próximo é aquele que se aproxima de nós, seja em corpo, seja em Espírito:
Há próximos que estão longe de nós e próximos que estão perto.
Na esfera do Espírito prevalece a lei da similaridade. No terreno da matéria a
lei da atração.
Os principais próximos são os que nos estão ligados pela lei da afinidade
psíquica.
Os próximos secundários são os que se valem de nós para suprir a sua
necessidade; necessidade de ordem material ou de ordem espiritual, porque os
nossos deveres para com o próximo, para com nós mesmos e para com Deus são de
ordem material e espiritual.
O homem que cumpre o seu dever, a nada mais fica obrigado. Quando o homem faz o
que pode. Deus faz por ele o que ele por si mesmo não pode fazer.
Feliz daquele que faz tudo o que pode e deve fazer, pois esse é o bom emprego do
talento para aquisição de outros tantos talentos.
Três são os deveres indispensáveis do homem; para com Deus, para consigo mesmo;
ama ao teu próximo; instrui-te e procura instruir teu próximo. Faze tudo isso de
todo o teu entendimento, e de todo o teu coração, de toda a tua alma, com todas
as tuas forças.
Não há outro mandamento.
Caibar Schutel