Teoria Palingenética
Para os reencarnacionistas, o corpo é apenas uma veste que
cada um usa em sua passagem pela Terra, a fim de dar prosseguimento ao seu
processo evolutivo.
Desta forma, sua raça é decorrência das características de vida; não depende da
evolução espiritual e tão somente da necessidade na vida que se venha a ter.
Consta, até, que muitos negros atuais teriam sido brancos escravocratas e
segregacionistas em vidas anteriores e teriam vindo nesta nova existência
vestindo um corpo da raça que tanto perseguiram.
Já Confúcio dizia: – “Tu és a causa da sua vida” – numa alegoria para transmitir
a idéia que Jesus transformou na máxima “assim como fizeres, assim acharás” e
que Galileo Galilei transformou numa lei física, ao enunciar seu princípio de
equilíbrio que nos diz “a toda ação corresponde uma reação igual e contrária”.
Baseados nesta afirmativa de que cada um sofre as conseqüências de seus atos
passados, os reencarnacionistas admitem que a sábia lei física do equilíbrio
universal é que determina as necessidades de vida de cada um, fazendo com que
nasçamos numa família compatível com nosso destino (karma em sânscrito) e com um
corpo essencialmente moldado pelos nossos atos na vida anterior.
Isto justificaria porque alguns nascem com defeitos físicos, outros tenham saúde
precária e maioria se constitua de organismos com alguma deficiência de caráter
biológico, embora sem apresentarem defeitos somáticos.
Ora, pois, não haveria justiça em fazer com que um recém nascido seja
excelentemente saudável e outro, sem qualquer culpa, venha a ter uma deficiência
orgânica que o faça sofrer sem sequer, na presente vida, ter cometido qualquer
ato que justifique seu sofrimento.
A hipótese de que o descendente responda pelos atos de seus antepassados é uma
incoerência porque, se, geneticamente, ele possua os elementos biológicos dos
seus ascendentes, sua personalidade é outra, o que se evidencia, até, pelos
consangüíneos filhos de mesmos pais, por vezes tão divergentes, até, no caráter.
Um católico inglês, Dr. Cyril Burt, tentando defender esta posição da Igreja,
catalogou uma série de casos onde sua pesquisa teria chegado à minúcia de
justificar, até pequenos defeitos de caráter moral que decorreriam da sua
correspondência com avós distantes. Todavia, um par de jornalistas do New York
Times, William Broad e Nicholas Wade desmascarou a farsa provando que nunca
existiram os personagens analisados, muito menos suas ditas assistentes, fazendo
ruir o único apoio que tal hipótese genética ainda pudesse ter.
A reencarnação, portanto, justifica plenamente o destino de cada um assegurando
que, tudo o que praticarmos na presente existência acarretará na nossa vida
seguinte e, com isso, aqueles que, aparentemente, faleçam impunemente, sem
resgatar seus débitos das maldades cometidas, responderão em vidas futuras por
eles, constituindo-se em sofrimento e dor, aparentemente injustificados naquela
próxima vida.
Desta forma, pode-se entender a Justiça Divina onde cada um traça sua sorte e
sua vida futura com seus atos presentes e sofre em conseqüência de suas atitudes
passados.
Caso contrário, o Grande Arquiteto do Universo, como dizem os maçons ou o
Criador dos Seres e das Coisas, segundo as religiões, seria de uma injustiça
imensa, principalmente se, de fato, só protegesse os crentes adeptos de suas
seitas.
Afinal, o Universo é por demais perfeito para que sofra a influência da vontade
de um Deus absoluto, parcial, que só faça o que lhe der na mente, ignorando as
próprias leis por Ele criadas.
Carlos de Brito Imbassahy