Justiça na Espiritualidade
Como atua o mecanismo da Justiça no Plano Espiritual?
ANDRÉ LUIZ:
No mundo espiritual, decerto, a autoridade da justiça funciona com maior
segurança, embora saibamos que o mecanismo da regeneração vige, antes de tudo,
na consciência do próprio indivíduo.
Ainda assim, existem aqui, como é natural, santuários e tribunais, em que
magistrados dignos e imparciais examinam as responsabilidades humanas,
sopesando-lhes os méritos e deméritos.
A organização do júri, em numerosos casos, é aqui observada, necessariamente,
porém, constituída de Espíritos integrados no conhecimentos do Direito, com
dilatadas noções de culpa e resgate, erro e corrigenda, psicologia humana e
ciências sociais, a fim de que as sentenças ou as informações proferidas se
atenham à precisa harmonia, perante a Divina Providência, consubstanciada no
amor que ilumina e na sabedoria que sustenta.
Há delinqüentes tanto no plano terrestre quanto no plano espiritual, e, em razão
disso, não apenas os homens recentemente desencarnados são entregues a
julgamento específico, sempre que necessário, mas também as entidades
desencarnadas que, no cumprimento de determinadas tarefas, se deixam, muitas
vezes, arrastar a paixões e caprichos inconfessáveis.
É importante anotar, contudo, que quanto mais baixo é o grau evolutivo dos
culpados, mais sumário é o julgamento pelas autoridades cabíveis e, quanto mais
avançados os valores culturais e morais do indivíduo, mais complexo é o exame
dos processos de criminalidade em que se emaranham, não só pela influência com
que atuam nos destinos alheios, como também porque o Espírito, quando ajustado à
consciência dos próprios erros, ansioso de reabilitar-se perante a vida e diante
daqueles que mais ama, suplica por si mesmo a sentença punitiva que reconhece
indispensável à própria restauração.
André Luiz