O Conselho do Guia
Era um problema difícil
O Joaquim da Piedade,
Tão – logo lhe fora entregue
A própria mediunidade.
Fosse o assunto qual fosse
De tristeza ou de alegria,
Conclamava os companheiros:
-“Busquemos saber do guia.”
O grupo se congregava
E as perguntas de Joaquim
Surgiam encadeadas,
Qual inquérito sem fim.
Queria saber, as certo,
O porquê da luta humana,
Qual influência dos astros
No horóscopo da semana.
Indagava sobre as rosas
Que lhe floriam no lar,
Se devia transferi-las
De posição ou lugar.
Quanto à esposa, quase mãe,
Tinha sempre um caso a ver
E questionava o mentor
Sobre a criança a nascer.
Comprara um sítio não longe,
Pensando em veios de mica,
Queria saber se a terra
Era mesmo pobre ou rica.
Inquiria sobre tudo
O que lhe dava na telha,
Até se devia usar
Camisa branca ou vermelha.
Toda a equipe acompanhava
Ora serena, ora fula,
As perguntas infindáveis
Do companheiro especula
Até que chegou o dia
Em que o mentor da sessão
Falou-lhe: -“Joaquim, agora,
Já chega de indagação.
Um amigo desencarnado
Vive na ação e no estudo,
Só porque saiu da Terra,
Não é doutor sabe-tudo.
Se você quer colher frutos
Celestiais ou terrenos,
Estude sem descansar,
Sirva mais, pergunte menos.
Para todos nós aqui
Se quisermos melhorar,
Ante a lei justa de Deus,
O caminho é: - trabalhar.”
Jair Presente