Saudade
Doce presença da ausência. . .
Melancólica ausência que se faz presente. . .
Algo ou alguém que passou pelo caminho. . .
Alguém ou algo precioso que ficou, quando se foi obrigado a seguir, eis a
dorida, no entanto dulçurosa expressão da saudade. . .
Nascida do amor é amor que se faz gratidão, enquanto é música de recordação na
harpa dos sentimentos.
Se arde em chama de desespero, é o afeto, ainda, que adoeceu pelo contágio do
egoísmo, e enlouqueceu.
Uma saudade, porém, há, mais profunda e mais sutil, que veste a alma de quando
em quando e não pode ser expressa.
Faz-se melancólica e tinge-se de angústia.
Cenários, pessoas, ocorrências que se demoram nos painéis subconscientes da alma
e deixam escapar clichês de tristeza e de dor, vindos dos longes dos tempos,
expressam vivências queridas, amores que deixamos de merecer e permanecem à
espera, enquanto no exílio do corpo, na Terra, o espírito deve crescer e seguir
a esperança colorida que fulge nos movimentos da ação redentora.
As almas saudosas da Terra!
Marchai animadas e vivificadas pelo espírito com Cristo, rumando para o amanhã!
Vossos santos amores vos aguardam, reencontrar-vos-ão depois da lida áspera e da
solitária jornada.
Não desanimeis!
À noite sucede o dia, à tristeza o júbilo, à soledade, à perene união.
Saudade! – presença do amor que seguiu adiante ou ficou aguardando por nós, Deus
te abençoe!
Eros