Conceituação de Felicidade
Cobiças a felicidade, e é natural.
Anelas por uma paz, que produzisse um estado de harmonia espiritual, longe de
preocupações e sem contributo de ansiedades.
Buscas um bem que, em definitivo, de uma só vez, provocasse a superação de todas
as incertezas e rudes conflitos do dia-a-dia.
Aguardas uma segurança íntima, feita de júbilos, argamassada com as águas
cantantes do amor e o cimento forte da fé.
Esperas fruir o mundo em festa, onde a dor, a sombra e a morte não tenham
oportunidade...
Fazes bem, por assim desejar, por aguardar...
Não, porém, por te demorares somente à espera que tal ocorra.
É imprescindível mudar os fatores predisponentes e atuantes deste mundo onde
evoluímos - nossa Terra-mãe, berço e apoio da jornada -, a fim de que, com ela,
galguemos um mais alto degrau na escala da evolução.
Toda conceituação de felicidade que extrapole a ambição pessoal egoísta é válida
e abre ensejo à sua realização no mundo das formas.
Esta felicidade, porém, risonha e tranqüila, ainda não é deste mundo.
Aqui poderá começar, pelo que faças, como realizes, por cuja dedicação te
sacrifiques, a fim de gozá-la depois.
Planeta de expiações redentoras e de provas que avaliam as conquistas é hoje o
que se tem dele feito.
Jardim ou deserto, pomar de bênçãos ou solo agreste é, antes de tudo, nossa
escola de crescimento, que nos cumpre respeitar e auxiliar, trabalhando a terra
dos corações, a fim de que as sementes do puro amor possam germinar, desatando
vida, e vida em abundância.
Não desanimes, porque ainda não lograste o paraíso.
Vai ao seu encontro, mudando os seus doridos panoramas e trabalhando o país da
tua vida interior, a fim de que te enriqueças com a luz da esperança e a inundes
de conquistas valiosas.
"Meu reino não é deste mundo" - disse Jesus.
Todavia, ensinou-nos com o sacrifício pessoal a sairmos deste, na direção
daquele onde à felicidade já é uma realidade ditosa.
Joanna de Ângelis