Folha Amassada
Experimente pegar uma folha de papel sulfite. Movimente-a com
as mãos, intensamente. O barulho é bem perceptível. Imagine centenas, milhares
de pessoas igualmente balançando as folhas, ao mesmo tempo. O barulho será mais
intenso.
É o que está acontecendo com a humanidade. Estamos todos nos debatendo nas
agonias da insegurança, nos desafios imensos, diários, das decisões; estamos
todos fazendo muito barulho: o da reclamação, da acusação, da maledicência, do
inconformismo... Estamos demonstrando nossa rebeldia, nossa teimosia e o quanto
somos aprendizes indisciplinados. E há ainda o barulho da inveja, do ciúme, da
vaidade, da disputa de poder.
Estamos mesmo todos fazendo muito barulho.
Já está na hora de assumirmos o controle da própria vida, libertando-nos de
correntes e pesos desnecessários. De termos a coragem de assumir
responsabilidade pelo que somos e fazemos! Sem ilusões ou comodismos.
Então, simbolicamente, pensando neste “assumir da própria vida”, procure amassar
a folha de papel que você segura na mão. Amasse-a inteiramente até que fique
totalmente presa, fechada em seus dedos, sem que alguém possa ver a folha dentro
da mão.
Agora, desamasse a folha. O papel ficou totalmente danificado, sem condições de
uso. No entanto, assumimos a direção, o controle de nossa própria
responsabilidade.
Agora, com a folha aberta, desamassada, balance-a novamente. Ela não fará
barulho algum. Apesar das “trombadas” conosco mesmo, assumimos! Que bom! E,
melhor, sem produzir tanto barulho externo.
Imagine agora essa providência em toda a sociedade, com cada indivíduo assumindo
a própria vida? Haverá mais silêncio interior e exterior, mais serenidade!
Bela dinâmica esta. Presenciei-a numa palestra. Ensina muito. Pode ser usada com
crianças ou adultos, em casa, na escola, com amigos e particularmente conosco
mesmo. Paremos com tanto barulho externo. Concentremo-nos mais interiormente
para sentirmos o que estamos fazendo da própria vida.
E aprendamos a desenvolver a consciência de que somos responsáveis sim, por tudo
que fazemos. E as conseqüências são inevitáveis, com bônus ou desastres. Depende
da opção que escolhemos.
Orson Carrara