Fazer ou Não Fazer

Diante dos desafios do cotidiano, é comum nos encontrarmos diante das indecisões, dúvidas e incertezas. Como agir?
Consideremos, em primeiro lugar, que tudo começa na força dos pensamentos. São eles que constituem a fonte de todas as realizações, conquistas, vergonhas, glórias, pois antecedem as ações que nada mais são do que a materialização do pensamento.
Os pensamentos, bons ou maus, procedem da alma que simplesmente oferece daquilo que é e possui. O mau pensamento, todavia, oferece ocasião de exercício da liberdade de agir, de resistir (e aí está o mérito) ou ceder. Interessante ainda frisar que a origem dos maus pensamentos pode estar na influência que mentalmente exercemos uns sobre os outros, inclusive considerando os espíritos que nos rodeiam. Mas essa influência só ocorre porque a permitimos, em função da sintonia que oferecemos. Conclui-se, portanto, que devemos a nós mesmos as influências que nos permitimos. E daí responderemos pelos pensamentos que alimentamos e ações que efetivamente realizamos, em qualquer área de ação.
Para disciplinar isso, é importante analisar o pensamento que nos surge, já que estamos rodeados dos nossos próprios e dos pensamentos alheios. Para reconhecer se um pensamento é mau, basta aplicar-lhe os seguintes critérios: a) Afasta-se da caridade? (considerando todas as relações que mantemos com os semelhantes, pois ela é a base de toda a verdadeira moral); b) Tem por princípio o orgulho, a vaidade ou o egoísmo?; c) Seu uso ou realização pode causar prejuízo qualquer a outrem? e d) Ele nos solicita fazer aos outros o que não gostaríamos que nos fizessem?
São critérios valiosos, coerentes com o bem.
Mas se mesmo assim continuarmos em dúvida sobre determinado assunto e necessitarmos de um conselho amigo, poderemos dirigir à própria consciência e colocarmo-nos, com sinceridade e sem medo, as seguintes questões:
a) A coisa que hesito em fazer pode causar prejuízo a outrem?
b) Ela pode ser útil a alguém?
c) Se alguém a fizesse a mim, eu ficaria satisfeito?

Notemos que as últimas questões tornam mais claros os questionamentos anteriores.
Todas essas considerações foram extraídas de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Sugiro ao leitor amigo ler e estudar os itens 5 a 7 do capítulo VIII e os itens 20 e 24 do capítulo XXVIII, onde o assunto está mais completo. Especialmente para pensar no penúltimo e último parágrafo do item 24 no capítulo XXVIII acima referido.


Orson Carrara