Moedas de Amor
Era um dia daqueles em que os céus resplandeciam sob as
claridades benfazejas da Primavera risonha. Perlustrando os caminhos,
divisava-se além, sentada na calçada, maltrapilha criatura acompanhada de dois
pequeninos embrulhados nos panos do miserabilismo, contando febrilmente as
moedas que as mãos da caridade haviam depositado em sua latinha amassada e
envelhecida. Os passantes iam e vinham, uns curiosos,outros indiferentes,mancos
da bondade, e alguns sensibilizados. Diante da esteira dos acontecimentos
semelhantes a este, meditemos na imensa gama de moedas-bondade que podemos
endereçar aos caminhantes do carreiro terreno, quais sejam:
. Uma mensagem de luz a um coração dorido.
. Uma frase de estímulo ao fragilizado.
. Um olhar de simpatia a alguém que te observa.
. Uma conversa fraterna a quem te procura.
. Uma gentileza na via pública.
. Um prato de alimento ao faminto sob o sinete da agonia no palco terrestre.
. Dar oportunidade aos que lhe oferecem pequenos serviços.
. Deixar uma esperança por onde transitar
. Fazer alguém sorrir.
. Apoio nos momentos de infortúnio da criatura em provação.
. A indumentária ao viajor acicatado pela desdita.
. Um gesto de carinho aos padecentes humanos.
. Um cobertor ao que moureja sob o frio impiedoso.
. Um abraço amigo – presente incomum.
. Visitar o enfermo, portando consigo otimismo e esperança.
. Um telefonema ao tangido pela força gigantesca do desalento.
. Um bilhete fraterno ao necessitado de fortalecimento moral.
. Prestar auxílio ao colega de trabalho com problemas nos serviços
profissionais.
. Auxiliar os vizinhos nas suas dificuldades.
. Apoio às províncias do sofrimento reparador.
. Agradecer a todos e a tudo.
. Oferecer a luz da solidariedade.
. Apoio aos que perderem o endereço de si mesmos.
Joana de Angelis(1) – Espírito luminar - nos adverte: “Sempre serás convocado a
repetir o gesto nobre e significativo da viúva pobre, que motivou a bela
parábola evangélica de Jesus. A oração intercessória por alguém; a referência
positiva a respeito do próximo; a ação, desconhecida pelo beneficiário; a drágea
que amortece a dor; o unguento que refresca a ulceração; o conselho feliz, no
momento adequado, são pequenas-valiosas moedas colocadas nos gazofilácios das vidas, em
cumprimento à Lei de amor,
que vige em toda parte.”
E em outra lapidar frase (2) ela nos concita: “Exercita a bondade em todo lugar,
espalhando migalhas de amor como moedas de ternura, e impedirás que o futuro se
entenebreça ao impacto da herança espúria do mal.”
Gravemos, assim, em nossas mentes estes maravilhosos convites-amor e procure-
mos colocá-los em prática no nosso dia-a-dia, felicitando nossa existência.
Daltro Vianna