Libertação de Consciência
Não aguardemos que o aplauso do mundo coroe as nossas
expectativas.
Não esperemos que as alegrias nos adornem de louros ou que uma coroa de luz
desça sobre a nossa cabeça, vestindo-nos de festa.
Quem elegeu Jesus, não pode ignorar a cruz da renúncia.
Quem O busca, não pode desdenhar a estrada áspera do Gólgota.
Quem com Ele se afina, não pode esquecer que, Sol de primeira grandeza como é,
desceu à sombra da noite, para ser o porto de segurança luminosa, no qual
atracaremos a barca de nosso destino.
Jesus é o nosso máximo ideal humano, Modelo e Guia seguro.
Aquele que travou contato com a Sua palavra nunca mais O esquece.
Quem com Ele se identifica, perdeu o direito à opção, porque a sua, passa a
tornar-se a opção dEle, sem o que, a vida não tem sentido.
Não é esta a primeira vez que nos identificamos com o Seu verbo libertador.
Abandoná-lo é infidelidade, que O troca pelos ouropéis e utopias do mundo, de
breve duração.
Não é esta a nossa experiência única no santuário da fé, que abraçamos desde a
treva medieval, erguendo monumentos ao prazer, distantes da convivência com a
dor.
Voltamos à mesma grei, para podermos, com o Pensamento Divino vibrando em nós,
lograr uma perfeita identificação.
Lucigênitos, procedemos do Divino Foco, para o qual marchamos.
Seja, pois, a nossa caminhada assinalada pelas pegadas de claridade na Terra, a
fim de que, aquele que venha após os nossos passos, encontre as setas apontando
o caminho.
Jesus não nos prometeu os júbilos vazios dos tóxicos da ilusão. Não nos brindou
com promessas vãs, que nos destacassem no cenário transitório da Terra. Antes,
asseverou, que verteríamos o pranto que precede à plenitude, e teríamos a
tristeza e a solidão que antecedem à glória solar.
Não seja, pois, de surpreender que, muitas vezes, a dificuldade e o opróbrio, o
problema e a solidão caracterizem a nossa marcha. Não seja de surpreender,
portanto, que nos vejamos em solidão com Ele, já que as Suas, serão as mãos que
nos enxugarão o pranto, enquanto nos dirá, suavemente: Aqui estou!
Perseveremos juntos, cantando o hino da alegria plena na ação que liberta
consciências, na atividade que nos irmana e no amor que nos felicita.
Joanna de Ângelis