Perspectiva Espírita
"Assim corro também eu, não sem meta;assim luto,
não como desferindo golpes no ar." - l Coríntios, Cap.9-v.26
Qual será o objetivo do homem desprovido de perspectivas para o futuro? De que
maneira vive, interiormente, quem nada espera da Vida além da morte? Quais os
pensamentos de quem se acredita à mercê das forcas do acaso sobre a Terra?
Enquanto doutor da lei, o objetivo de Paulo se resumia na ambição de conquistar
uma cadeira no Sinédrio e deixar-se envelhecer na rotina de intermináveis
discussões teológicas;todavia, a partir de seu encontro com o Cristo, no deserto
de Damasco, alteraram –se -lhe os valores de modo substancial: não mais vivia
preso a tão estreita visão da Vida!
Quão desesperançada deve ser existência de quem a nada mais aspira para além do
sepulcro?
De fato, a vida no mundo, sem o seu natural desdobramento nas dimensões
espirituais, careceria de sentido mais,justo.
O inolvidável Apóstolo dos Gentios deixa claro neste trecho de sua primeira
carta aos coríntios que, antes de conhecer Jesus Cristo, corria sem meta a
lutava como quem desferia golpes no ar...
Se a meta do homem se restringisse a enriquecer a vencer profissionalmente,
convenhamos que ela lhe haveria de ser extremamente pobre, indigna até de quem
se considera o centro da Criação.
A aceitação do Cristo em sua vida projeta a criatura na direção do Infinito,
ampliando-lhe os horizontes consideravelmente; não mais apenas berço e túmulo,
mas, sim, "nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre tal é a Lei".
O conhecimento da Doutrina Espírita descortina novos horizontes para a alma. Ao
tomar consciência de que deve a si mesmo o que foi, o que é e o que será, o
homem ganha diferente motivação pare viver e não mais questiona a importância do
trabalho.
O espírita, portanto, corre, mas não corre sem meta, e luta, mas não como quem
precisa vencer um adversário inexistente.
A perspectiva espírita da Vida dignifica a Sabedoria de Deus e justifica o
pranto e o suor que o homem derrama no vale em que segue carpindo as suas dores,
à distância das estrelas que atingirá, um dia.
Irmão José