Destino

O destino se constrói a cada momento de nossa existência. Se é verdade que hoje navegamos pelo rio da vida com a canoa que construímos com os golpes do machado de nossos próprios atos, também é verdade que nos cabe remar no sentido que desejamos e sujeitando-nos a avançar lenta ou velozmente no rumo a ser alcançado. A cada instante reforçamos os mantimentos de nossa bagagem pelo apoio de corações amigos que promovem amparo fraternal. Nosso livre arbítrio nos permite, a todo momento, jogar para fora do barco o lastro excessivo das pedras da culpa que imaturamente juntamos no decorrer de nossa jornada. O esforço próprio para vencer a correnteza das adversidades da existência, leva-nos a escolher os afluentes de águas menos caudalosas, embora de percurso mais longo, Sem as surpresas dos rochedos ocultos que desafiam nossa visão limitada. O equipamento de bordo é fruto das nossas possibilidades, entretanto, a direção do barco da vida depende de nós.
Não há carma estático. A idéia de que o destino já está indelevelmente traçado existe nas estreitas mentes que se espremem no desfiladeiro limitado pelas muralhas pétreas da rigidez de percepção. O carma é dinâmico e sofre modificação a cada pensamento nosso. Quando pensamos, ocorre movimentação de energias, emissão de ondas e criação de situações atenuantes ou agravantes aos problemas. É verdade que somos peixes livres no aquário da vida. No entanto, estamos limitados as quatro paredes envidraçadas que correspondem aos pontos cardeais de nossa dimensão física; livres apenas no espaço dimensional que conhecemos, porém mergulhados em outros espaços que não percebemos.
Na trajetória da vida, os atos construtivos e amorosos além de conquistar a simpatia e o amparo ao nosso redor, geram vórtices energéticos superiores em nossa estrutura espiritual. A presença destas energias sutis suavizam acentuadamente nossas desarmonias energéticas, bem como reduzem nossas tendências a determinadas situações de desequilíbrio e sofrimento.
No trânsito pelo campo da vida podemos, a cada momento, espargir as sementes do amor que celeremente desabrocham nas flores perfumadas do companheirismo , em criaturas que amadurecem como frutos saborosos da solidariedade humana.
O carma, OU O DESTINO, devem ser compreendidos sempre como uma tendência a determinadas situações decorrentes de nossa natureza psíquica, a qual foi elaborada nas múltiplas existências. Nada impede que lutemos contra elas, ao contrário, mentores espirituais nos amparam constantemente infundindo força para vencermos, evitando, muitas vezes, sofrimentos desnecessários.


Dr Ricardo di Bernardi