Ação do Espírita na Sociedade

--- Questão [#001]
Sou espírita e estudante de psicologia. 90% dos meus professores são cépticos.
Não querem nem ouvir falar em espiritismo e alguns tem ainda como perturbações
da psique. A pergunta é a seguinte, qual seria o melhor comportamento meu como
espírita/estudante, em relação aos meus professores?

Resposta:  O espírita não deve ter a preocupação de converter quem quer que
seja. Deve, isso sim, preocupar-se em informar tudo sobre a Doutrina, desde que
lhe solicitem informações. Deve, na medida de seus conhecimentos, dar
explicações baseadas na lógica doutrinária aos problemas e aflições que seu
semelhante lhe apresentar. Se a pessoa que nos pede informações e dados achar
que nossa resposta - a explicação da Doutrina - não lhe serve, é um direito que
não devemos, nem podemos, tomar-lhe. Ao espírita cabe tão somente fornecer às
pessoas os elementos necessários à tomada consciente dessa responsabilidade;
daí para frente, o trabalho é do próprio indivíduo.
Não deve ir buscar ninguém que não esteja interessado no Espiritismo, mas fazer
todo o possível para esclarecer aqueles que vão ao seu encontro. Nunca fugir às
explicações diante daqueles que procuram o Espiritismo; nunca se preocupar em
perder tempo com aqueles que não se interessam em ouvir nada sobre a Doutrina.
Não perder tempo, entretanto, em convencer alguém, enquanto muitos estão à
nossa espera, ansiosos para ouvir explicações, para serem consolados pelo
ensinamento evangélico.

--- Questão [#002]
Que interação política deve se estender uma ação do espírita na sociedade? Uma
ação política partidária deve levar em consideração os princípios da doutrina
espírita?

Resposta: O Espiritismo tem a ver e muito com a Política, já que esta deve ser
a arte de administrar a sociedade de forma justa.
Conseqüentemente, o espírita não pode declinar da sua cidadania e deve
vivenciá-la de forma consciente e responsável. O Brasil sempre foi alvo de
muitas esperanças. Falava-se em país do futuro, em berço da nova civilização e,
nos meios espíritas, em "Coração do Mundo e Pátria do Evangelho.
O Brasil só vai poder dizer-se Pátria do Evangelho quando der os primeiros
passos na construção de uma sociedade realmente democrática, justa e fraterna.
O espírita tem em suas mãos instrumentos poderosos de participação (e de
transformação) da sociedade: as federativas, os centros espíritas, as
instituições específicas, os órgãos de comunicação. Podem, no mínimo, auxiliar
na mudança de mentalidade de seus adeptos. Sabemos que Kardec recomendou aos
centros que deixassem de lado as questões políticas. Mas essa afirmação
significa que não devemos trazer para o centro espírita as campanhas e
militâncias partidárias, pois o lugar para o seu exercício é no seio das
agremiações e locais respectivos. As questões políticas decorrem dos próprios
princípios do Espiritismo. A partir do momento em que se fala em reforma moral,
em mudança de visão do mundo, em desapego dos bens materiais, prática da
caridade, etc. fala-se sobre política. Principalmente, quando se fala em
transformação da sociedade, como aparece a todo momento na Codificação
(particularmente no capítulo final da Gênese), estamos falando de política. A
Questão n º 573 de O Livro dos Espíritos diz que a missão dos Espíritos
Encarnados consiste em instruir os homens, em lhes auxiliar o progresso; em
lhes melhorar as instituições, por meios diretos e materiais. Deve se entender,
então, que não pode o espírita alienar-se no seio da sociedade em que vive, com
a desculpa de que Espiritismo e Política não têm nada que ver, pois é preciso
lembrar que a vida material e a vida espiritual são dimensões contínuas da
própria Vida. Para o espírita, essa ação política deve ser sempre inspirada nos
princípios expressos pelo aspecto filosófico do Espiritismo, que o levam a amar
e, nesse caso, amar é desejar o bem; logo, a exteriorização política do Amor é
a expressão do querer bem e do agir para o bem de todos. Aos homens
progressistas se deparará nas idéias espíritas poderosa alavanca. Pelo seu
poder moralizador, por suas tendências progressistas, pela amplitude de suas
vistas, pelas generalidades das questões que abrange, o Espiritismo é mais apto
do que qualquer outra doutrina a secundar o movimento de regeneração; por isso,
é ele contemporâneo desse movimento. O Espiritismo trabalha com a educação.
Esta é a base da própria Doutrina pois, para praticá-la, temos de nos educar. E
a educação tem um conteúdo extremamente político, pois muda nossa forma de ver
o mundo e de agir nele.
Segundo J. Herculano Pires, em O Centro Espírita, "O Espiritismo se liga a
todos os campos das atividades humanas, não para entranhar-se neles, mas para
iluminá-los com as luzes do Espírito. Servir o mundo através de Deus é a sua
função e não servir a Deus através do mundo (...)." Por tudo isso, devemos
entender que são fundamentais o Espiritismo e a Política para a construção de
Uma Nova Sociedade.

--- Questão [#003]
Como fazer para mudar o gosto pelo sofrimento de muitos espíritas que sofrem
por que, segundo eles, é da vontade de Deus, ou porque acreditam ser este seu
"carma"?

Resposta: O Espiritismo não prega conformismo com o sofrimento,  ninguém nasceu
aqui para sofrer e sim para construir a sua felicidade. Imaginemos a coisa mais
ou menos assim, quando estamos preparando a nossa encarnação temos a noção de
todas as nossas imperfeições e sabemos que a nossa vinda aqui no físico tem que
ser proveitosa possível para a nossa evolução. Então, pedimos  aos Espíritos
encarregados de elaborar os planos para a encarnação que nos ajudem. Eles sabem
que precisamos treinar muito a paciência, a tolerância, a compreensão, a
humildade, o perdão, etc, etc. E aí eles dizem, nós vamos providenciar que você
vá conviver com um(a) grande professor(a) ou um(a) personal training na arte de
demonstrar como se deve praticar as virtudes que tanto precisa. E nascemos com
estes mestres que os chamamos de marido, esposa, filhos, pais, patrão,
empregado, vizinho, etc. Com este entendimento, fica claro que os irmãos que
estão ao nosso lado são instrumentos de ajuda para a nossa evolução; e ao invés
de nos queixarmos, vamos dar graças a Deus porque estamos sendo experimentados,
também vamos dar graças à mão que nos oferece ocasião para treinar as virtudes.
Se não fossem eles iríamos treiná-las com quem. E mais, não vamos agir como se
fossem inimigos, inimigos são os pensamentos, os sentimentos e atos errôneos
praticados e não a pessoa. Assim como estas pessoas nos ajudam a treinar as
virtudes, nós temos que ajudá-los a agir de forma diferente e não abandoná-lo,
discriminá-lo, afinal se estão em nosso caminho é porque temos necessidade e
capacidade para ajudá-los, afinal quando os espíritos os colocaram como nossos
professores eles também queriam que nós os ajudassem a agirem de forma a que
não mais dificultassem a convivência com as outras pessoas. Uma mão lava a
outra.
Podemos estender essa mesma teoria para as enfermidades, as dificuldades
financeiras, entre outras. São formas de nos ajudar a evoluir e não formas de
nos fazer sofrer. Cremos que sob este ponto de vista faz com que todas as
dificuldades sejam menos amarga.

--- Questão [#004]
Ontem recitei poesia espírita e distribuí mensagens de otimismo na rua em
frente da prefeitura de Luziânia-Go; isto é lícito fazer? O que é que você acha?

Resposta: Sempre na atividade de divulgação devemos usar como escudo a
humildade constante, evitar alardes, sensacionalismo, demonstrações
publicitárias pretensiosas ou métodos de ação suscetíveis de perturbar a
tranqüilidade pública. Se você distribuiu mensagens de otimismo sem fazer
sensacionalismo e não perturbou a ordem pública não vemos nada errado.
Conquanto precisemos batalhar incansavelmente no esclarecimento geral, usando
processos justos e honestos, não esquecer que a propaganda principal é sempre
aquela desenvolvida pelos próprios atos da criatura, através da exemplificação
eloqüente de nossa reforma íntima, nos padrões do Evangelho.

--- Questão [#005]
Gostaria de saber até que ponto os espíritos podem influenciar em nossas vidas?

Resposta: Kardec em “O Livro dos Espíritos”, questão 459 perguntou: Influem os
Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos? E os espíritos responderam:
“Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles
que vos dirigem.”
Para manter as más influências longe de nossas mentes devemos cultivando os
bons pensamentos. Em "O Livro dos Espíritos", questão 469 temos: Por que meio
podemos neutralizar a influência dos maus Espíritos? "Praticando o bem e pondo
em Deus toda a vossa confiança, repelireis a influência dos Espíritos
inferiores e aniquilareis o império que desejam ter sobre vós. Guardai-vos de
atender às sugestões dos Espíritos que vos suscitam maus pensamentos, que
sopram a discórdia entre vós outros e que vos insuflam as paixões más.

--- Questão [#006]
Acredito muito no mundo dos espíritos, acredito em anjo da guarda, tenho uma
certa sensibilidade, sinto sempre alguma presença perto de mim, só não consigo
ver. Até falo com eles e sei , que muitas vezes em sonhos, eles me ajudam,
muitas vezes me dando bons conselhos. Gostaria muito de ter contato com os
espíritos. Sei que isso, não é só querer, e sim ser escolhido. Tem alguma
possibilidade, de eu poder ter contatos com eles? Gostaria muito de poder ver o
meu anjo da guarda e agradecê-lo por tudo.

Resposta: Podemos entrar em contato através do pensamentos, da nossa prece, do
amor que podemos dedicar a quem nos ampara e protege. Não há formulas
cabalísticas, talismãs ou cerimônias que possam melhorar este contato. É a
nossa mente, e sobretudo o nosso coração. 
Quanto a questão de ver o anjo da guarda , vamos recorrer a uma frase dita por
Chico Xavier: "O telefone toca de lá pra cá", ou seja o seu anjo da guarda se
achar conveniente poderá permitir ser visto por você. Mais esclarecimentos
sobre anjo da guarda você obterá em “O Livro dos Espíritos” a partir da questão
498.

--- Questão [#007]
Os jovens filhos de espíritas, questionam com os pais a freqüência a boates,
bares noturnos etc. Às vezes se sentem ridicularizados pelos amigos, por não
beber, por não fumar. Como enfrentar essa situação?

Resposta: Atualmente, muitos jovens saem e voltavam, sem que seus pais saibam
onde e com quem estavam. Nós pais temos que ter a consciência que é justamente
na juventude que é a fase principal de estruturação do caráter, quando pesam as
influências exteriores às do lar, principalmente quando as do lar não primaram
pelo acompanhamento e pelo diálogo.
Beber, fumar  representa uma fuga, para aqueles atormentados em si próprios,
desassistidos no lar, muitas vezes, vivendo em gaiolas douradas, onde os pais
sempre lhes deram tudo de material, sem lhes oferecerem o coração compreensivo,
ouvidos atentos, olhos vigilantes.
Antes das reprimendas, vale uma pausa para meditarmos nas possíveis causas do
porque nossos filhos estão nos questionando sobre isso, será que estamos
dialogando o suficiente? será que estamos participando adequadamente da
formação do caráter deles? Será que demos os esclarecimentos espirituais
suficientes a eles?
O Espiritismo é a Doutrina da consciência livre. Não estamos impedidos de
entrar em nenhum lugar. Importante saber como vamos sair. E deve o jovem
espírita ter consciência de que nesses ambientes há uma pressão muito grande da
espiritualidade inferior, estimulando os impulsos do sexo promíscuo, do vício e
da licenciosidade. Não é fácil conservar ali a integridade espiritual. O
apóstolo Paulo dizia: Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas
me convém. A melhor forma de enfrentarmos essa situação é através do diálogo,
da franqueza, da conscientização alicerçada nos ensinos da Doutrina Espírita.
Seria interessante pensar nisso. Recomendamos a leitura do O Livro dos
Espíritos questões 893 a 898 – Virtudes e vícios.

--- Questão [#008]
Às vezes somos convidados a ser padrinhos de casamento ou batizar alguma
criança na igreja católica. Pelos nossos princípios e convicção espírita onde
não existem dogmas, agradecemos o convite por ver nele uma manifestação de
amizade e confiança, mas com muito tato e procurando não melindrar quem nos
convida, recusamos o convite, nos dispondo, no caso de casamento ser padrinhos
no casamento civil. Está correta esta atitude? Os filhos de casais espíritas
devem ser batizados? E o casamento na igreja, é permitido?

Resposta: O espírita deve evitar a prática de quaisquer rituais como
casamentos, batizados, crismas, bem como uso do luto, agora quanto a
participação em apadrinhamentos e cerimônias ritualistas de qualquer natureza,
na minha opinião pessoal não vejo nenhum mal. . Mas, se a pessoa compreender a
nossa explicação do porque da não aceitação do convite seria bem melhor para
nós. A posição do Espiritismo e do espírita é a de respeitar cada um, dentro de
suas limitações, entendendo que todos vivem experiências que servirão, de uma
forma ou de outra, para seu aprendizado como Espírito imortal. Para os
espíritas esclarecidos estes rituais nada representam.
O batizado é um ato eminentemente exterior e que nada significa para o
Espírito, uma vez que é feito quando ele ainda não tem condições de maturidade
para decidir por esta ou aquela crença. Da mesma forma, o casamento na Igreja
obedece um ritual que pouco tem a ver com o lado espiritual da relação do
casal. É muito mais uma questão cultural que religiosa. Há pessoas que só foram
à igreja no dia de seu casamento, portanto, não professam de fato essa
religião. Os espíritas, os que realmente compreendem a Doutrina que abraçam,
certamente não necessitam disso. Para eles, o casamento é uma instituição
humana que deve ser regularizada perante as leis da sociedade. Se ainda optam
por práticas religiosas convencionais, ainda estão longe de entender de fato o
papel do Espiritismo em suas vidas. São "espíritas-católicos", aqueles que
freqüentam os centros, mas não deixam de acender suas velas, batizar seus
filhos, casar na igreja etc.
Por outro lado, e se um dos cônjuges é espírita e o outro não e quer porque
quer casar na igreja, quer porque quer batizar seus filhos, que fazer? A
Doutrina Espírita não admite a intolerância religiosa. É uma questão de bom
senso, se convivemos com pessoas que se tornam intransigentes por causa disso
podem criar inúmeros tormentos, é de bom alvitre, não piorarmos as coisas. Se
para nós tanto faz casar na igreja ou não, então casemos e vivamos felizes. Se
para nós tanto faz batizar-se na igreja ou não, então batizemos e vivamos
felizes. Do que bater o pé não casar na igreja ou não batizar os filhos e
vivermos em guerra familiar.

--- Questão [#009]
Somos espíritas. Qual a melhor atitude, quando convidados para missa de sétimo
dia. Agradecer, explicando que não somos católicos ou comparecer, ficando na
retaguarda, por não conhecer os dogmas da igreja, embora como em qualquer outro
lugar, nos mantenhamos em prece em benefício do falecido?

Resposta: O espírita deve evitar a prática de rituais como encomendações
fúnebres,  missa de sétimo dia, uso do luto, agora quanto a comparecimentos em
cerimônias ritualistas de qualquer natureza, na minha opinião pessoal não vejo
nenhum mal. Mas, se a pessoa compreender a nossa explicação do porque do não
comparecimento seria bem melhor para nós. Para o desencarnado façamos sim
preces em seu benefício. A posição do Espiritismo e do espírita é a de
respeitar cada um, dentro de suas limitações, entendendo que todos vivem
experiências que servirão, de uma forma ou de outra, para seu aprendizado como
Espírito imortal. Para os espíritas esclarecidos estes rituais nada
representam.
São "espíritas-católicos", aqueles que freqüentam os centros, mas não deixam de
acender suas velas, fazer encomendações fúnebres,  encomendar missa de sétimo
dia, uso do luto, etc.
Por outro lado, e se um dos cônjuges é espírita e o outro não e quer porque
quer a prática de rituais citados acima, que fazer? A Doutrina Espírita não
admite a intolerância religiosa. É uma questão de bom senso, se convivemos com
pessoas que se tornam intransigentes por causa disso podem criar inúmeros
tormentos, é de bom alvitre, não piorarmos as coisas. Do que adianta bater o pé
e vivermos em guerra familiar.

--- Questão [#010]
Há uma tendência do Poder Público assumir trabalhos assistenciais tais como
distribuição de cestas básicas, medicamentos, roupas e até as creches antes
mantidas por muitas instituições estão passando para a responsabilidade de
Órgãos Públicos como a Secretaria do Bem Estar Social. Mediante isto, quais as
novas frentes de trabalho assistencial que devem ser buscadas pelas Casas
Espíritas para os próximos anos, visando sempre a divulgação da doutrina e a
caridade?

Resposta: O interesse de todos os que procuram a ajuda assistencial de qualquer
instituição é a busca incessante de recursos materiais que venham amenizar as
suas necessidades de alimentação e vestimentas. Esta atividade de suprir
somente a parte material é feita por todas as entidades assistenciais sejam
elas instituições particulares, religiosas ou pertencentes ao poder público.
Pouquíssimas se preocupam também em promover e recuperar socialmente o
indivíduo, quanto a preocupação com a evangelização, a moralização e o
despertamento Espiritual é praticamente nula.
A Instituição Espírita cabe prestar os serviços de natureza material, mas tendo
como preocupação prioritária, o interesse de levar  aos assistidos  o
despertamento moral e espiritual através dos ensinamentos do Espiritismo e do
Evangelho pregado por Jesus.
Hoje o mundo é mais carente de amor do que de pão. Há no Evangelho Segundo o
Espiritismo item 10 do capítulo XIII, uma mensagem extremamente consoladora,
enfatiza a Caridade Moral, falando-nos da prodigalidade de formas existentes
para a prática da caridade, que pode ser adotada mesmo por aqueles que se
encontram em dificuldades materiais. A Caridade Moral pode ser praticada por
pensamentos, palavras e ações, no nosso dia-a-dia, com todos aqueles que
convivem conosco, seja através de uma prece, seja através de uma palavra de
estímulo, seja através do perdão ou do esquecimento de uma atitude menos feliz,
seja com um abraço, um aperto de mão, um carinho.
 Não pretendemos colocar à margem as tarefas ponderáveis da moderna
filantropia, da considerada assistência social. Desejamos, apenas realçar o
valor que vai sendo desconsiderado, de situar em primeiro plano o Espiritismo
que objetiva a estruturação moral do homem nas lídimas bases evangélicas: e
estas são essencialmente as da reforma interior com as conseqüentes
manifestações do amor ao próximo. .como a si mesmo. Na nossa visão cabe ao
serviço de assistência social espírita direcionar esforços para encontrar
mecanismos que proporcionem ao indivíduo o despertamento moral e espiritual,
tendo como objetivo proporcionar aos assistidos o desenvolvimento de sua
personalidade, com base no reconhecimento da capacidade que tem cada indivíduo
e cada grupo de se melhorarem e se aperfeiçoarem, levando-os a melhores
condições de vida própria (física, psíquica, social e espiritual) da família e
da comunidade onde vivem.

--- Questão [#011]
Como um espírita pode contribuir para um mundo mais humano e justo?

Resposta: O espírita por crer em Deus e no próprio espírito sabe que terá que
dar contas dos seus atos, quaisquer que sejam, ao Pai e prosseguirá vivendo.
Isto basta para que ele saiba que todos os seus atos repercutirão em si
próprio. Desse modo, ele fará todo o possível para se transformar
individualmente e melhorar aqueles que convivem com ele.
Lembramos do Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 4, cujo título é
"O Homem de Bem". Neste item, recordamos que Kardec diz que verdadeiramente o
homem de bem é aquele que se esforça por domar suas paixões e construir e
construir um bom espaço de vida, domando também suas más tendências. Ao lado
disso, no item 5, do mesmo Evangelho, Kardec recorda que o bom espírita é
aquele que tudo faz por merecer este título. Em verdade, o espírita deve
caminhar buscando a elevação, procurando o seu progresso individual e, ao mesmo
tempo, criar as condições para que o progresso coletivo se efetue. Como fazer
isso? Quando criamos condições pessoais de vida espiritual-espiritualizada
sempre construímos um mundo melhor, quando desenvolvemos qualquer idéia,
sentimento, ou mesmo pura e simplesmente agimos no bem, estamos fazendo para os
outros. Desse modo, o homem deve melhorar-se intimamente e simultaneamente
ajudar o progresso do seu semelhante.

--- Questão [#012]
Como devem os evangelizadores estar preparados para trabalhar com crianças de
áreas de risco de grandes cidades (quero dizer, favelas com domínio do
narcotráfico e com pais totalmente alheios a sua formação)?

Resposta: Em primeiro lugar, é preciso, realmente, agir com firmeza (embora sem
grosseria) no sentido de estabelecer regras de convivência mútua. Por mais que
hajam problemas de comportamento, eles sempre percebem quando alguém é
respeitável pelo que faz ou pelo que é. Um trabalho de evangelização em favelas
é um trabalho, em si mesmo, respeitável e aqueles que o desenvolvem com total
desinteresse pessoal, apenas preocupados com o bem estar do outro são pessoas
respeitáveis e devem ser respeitadas. Para que isso funcione é preciso que o
evangelizador tenha firmeza de convicção quanto a isso que acabamos de
mencionar. A firmeza não é incompatível com a caridade ou com a amorosidade no
tratamento, mas é preciso que as crianças reconheçam a autoridade moral do
evangelizador e cabe ao evangelizador, dentro da sua firme convicção, passar
isso para as crianças. Este é um aspecto, mas existe um outro, também
importante, que é a preparação da aula em si. Se a aula não for corretamente
preparada e adequada às necessidades e vivências do grupo, fica difícil prender
a atenção e o interesse das crianças gerando, muitas vezes, o comportamento
indisciplinado
Gostaria de ressaltar que levar conceitos morais é uma dificuldade que existe
com relação aos jovens de uma maneira geral. Não sentimos diferença entre o
jovem de classe média ou alta e o jovem da comunidade carente. Para nós, a
indiferença ou resistência do jovem se deve muitas vezes a todo um período da
infância desperdiçado pelos responsáveis no sentido de levar ao espírito da
criança as primeiras noções da importância da espiritualidade.
Lógicamente que existe uma grande influência dos pais na conduta moral dos
filhos. Um solução é o que muitas casas espíritas vêm desenvolvendo
paralelamente à atividade da evangelização de crianças e jovens. São atividades
voltadas para os pais. Conheço muitas casas em que esta atividade acontece no
mesmo horário da evangelização e nela são discutidos os mesmos temas do estudo
feito com as crianças, de modo a que o grupo familiar possa ter a oportunidade
de refletir sobre as questões propostas, revendo comportamentos e renovando
posturas mentais menos boas.

--- Questão [#013]
Gostaria que me dissessem porque o preconceito não permite que o Espiritismo
possa fazer muito mais por aqueles nossos irmãos que ainda não o entendem?

Resposta: Numa linguagem simples, poderíamos dizer que preconceito é um
julgamento que se faz, julgamento esse destituído de razão. Quando o
preconceito chega, a razão vai embora. Como fazer mais por alguém que não quer
aceitar a forma de ajuda proposta. O Espiritismo nos ensina que devemos
respeitar a liberdade que cada um tem de aceitar ou não, não podemos usar a
força para impor.  
O Espiritismo não se impõe a ninguém; O direito de exame e de crítica é um
direito imprescritível, ao qual o Espiritismo não tem a pretensão de se
subtrair, como não tem a de satisfazer todo o mundo. Cada um, pois, está livre
para aprová-lo ou rejeitá-lo;
Apesar das dificuldades que enfrenta contra o preconceito e a ignorância, o
Espiritismo triunfará.
Como os Espíritos Superiores disseram a Allan Kardec, o Espiritismo está em a
natureza e nada se lhe poderá opor.
Muitos dos que tiveram a abençoada oportunidade de ouvir o Senhor não aceitaram
a Verdade que ele anunciava senão depois de serem chamados a reflexões mais
profundas através da dor. Semeemos a boa semente e deixemos, com Deus, o seu
crescimento.
A nossa tarefa é a de, incansavelmente, semear, na certeza de que as sementes
que caírem em terreno fértil haverão de germinar a seu tempo. Meditemos que,
passados dois mil anos, o Senhor pacientemente ainda espera que os homens
descerrem o coração à Boa Nova, na expectativa do despertar de cada
consciência. O que nós podemos fazer por estas pessoas, é orar e orar muito por
elas.

--- Questão [#014]
Às vezes fecho os olhos e consigo ver nitidamente pessoas que nunca vi antes.
Isso ocorre quando estou orando. Outro dia estava no dentista e ouvi a voz de
uma mulher que foi no consultório e mesmo antes de ver seu rosto já sabia sua
fisionomia. Quando eu a vi fiquei assustada, pois a mulher era exatamente como
eu havia imaginado. Qual a explicação para este fato?

Resposta: Segundo Allan Kardec, existem pessoas que são dotados da faculdade de
ver os Espíritos a elas ele chamou de médium vidente. Há os que gozam dessa
faculdade em estado normal, perfeitamente acordados, guardando lembrança
precisa do que viram. Outros só a possuem em estado de transe. O médium vidente
acredita ver pelos olhos físicos,  mas na realidade é a alma que vê, e por essa
razão eles tanto vêem com os olhos abertos ou fechados. Esta faculdade
raramente é permanente e é, quase sempre, o efeito de uma crise momentânea e
passageira. Este para ser o seu caso. Mediunidade não tem como deixar ter, o
que se faz necessário é aprender a usá-la direito. Busque estudar o Livro dos
Médiuns, obra básica da Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec, e
procure um Centro Espírita que seja filiado a Federação Espírita do estado em
que você mora.

--- Questão [#015]
Estamos tentando melhorar um trabalho Social que desenvolvemos na Sociedade
Espírita "O Semeador", em Salvador. Trabalhamos com apoio a um grupo de
gestantes de uma comunidade carente, mas não temos desenvolvido um planejamento
de trabalho com estas Gestantes. Você pode nos ajudar?

Resposta: Há uns tempos atrás escrevemos um roteiro para uma Casa Espírita que
queria implantar um trabalho assistencial com gestantes, esperamos que seja
útil para vocês também.
O Roteiro é o seguinte:
- Responsável do Departamento de Assistência Social deve designar os
colaboradores que irão formar a equipe que será responsável pelo atendimento e
cadastramento das gestantes.
- Esta Equipe deve ter como objetivo, que a gestante esteja preparada para
receber o seu filhinho com muito amor, mais segurança e conhecimento, partindo
da troca de experiências com as outras mães do grupo e complementada com
ensinamentos específicos a essa fase da vida da mulher, com embasamento no
Evangelho, segundo a Codificação Kardequiana.
- Os ensinamentos específicos para as gestantes deverão ser voltados para
noções gerais a respeito da gravidez, preparação pré-natal, como esperar o
bebê, o parto, cuidados pós-parto, cuidados com o recém-nascido.         
- Esclarecer a gestante, que o passe é de grande importância para ela e seu
filhinho, pois age favoravelmente no desenvolvimento da gravidez.
- Fazer o contato com a gestante, procurando, sentir os seus problemas e a
razão pela qual esta buscando o auxilio no Centro.
- Entrevistar, através de conversa dirigida, com o fim determinado para
levantamento de dados e cadastramento.
- Compete a Equipe de Atendimento a Gestantes fazer a entrevista e o
preenchimento da ficha de cadastramento da gestante.
- O cadastramento é recomendado que seja feito até o quinto mês de gravidez,
para que haja acompanhamento e esclarecimentos a respeito de saúde, higiene,
cuidados que a futura mãe deve ter, e ainda, que se tenha tempo hábil para
confeccionar o enxoval em conjunto com a gestante.
- Recomenda-se que a própria gestante confeccione algumas peças do enxoval do
seu bebê, o enxoval é confeccionado em parte com materiais doados e o restante
comprado com recursos próprios do Departamento Assistencial oriundos de eventos
beneficientes.
- Recomendar a gestante que zele pelo enxoval que recebeu, e a medida que o
bebe for crescendo, ela poderá trazer este enxoval e trocá-lo por outro maior,
assim outras gestantes se beneficiarão daquele enxoval usado, mas bem
conservado.
No site www.espirito.org.br/portal/curso poder ser obtido uma apostila
denominada Curso para Gestante.

Autor: Edvaldo Kulcheski

Todo esse material provém dos sites: CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo e da Revista Eletrônica O Consolador.

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