Voluntário da Educação Espírita

--- Questão [#001]
Como podemos incentivar as pessoas a trabalhar como voluntárias? Pergunto isso
porque trabalho como evangelizadora e sei como é difícil obter ajuda.

Resposta: Falta de trabalhadores é uma queixa mais ou menos generalizada, no
meio espírita. Isto ocorre, em grande parte, porque temos uma idéia fechada do
trabalho e queremos que as pessoas se "enquadrem". E se elas não conseguem
realizar seus anseios, desestimulam-se e acabam indo embora. Uma sugestão que
posso dar seria: iniciar com um levantamento das expectativas das pessoas
convidadas à tarefa, com relação ao trabalho voluntário na Educação (saber como
elas imaginam que seja feito, como pretendem ajudar), buscando somar esforços,
flexibilizar quando possível e valorizar as contribuições pessoais. Outra
sugestão: conheça o livro do nosso companheiro Alkíndar de Oliveira: O Trabalho
Voluntário na Casa Espírita, Ed. Petit.

--- Questão [#002]
Para ser voluntário da Educação Espírita será necessário ter formação de Curso
Normal, além é claro de conhecer a Doutrina Espírita?

Resposta: Não é necessário ser professor para trabalhar como educador espírita.
Mas é indispensável que se faça um treinamento para qualificação nesta tarefa
específica, a qual se obtém:
- através de estudos e leituras individuais;
- através de estudos dentro da equipe de educadores, no Centro;
- através de participação em cursos e encontros, organizados por diversas
entidades espíritas, para suprir esta necessidade.
Toda a bagagem adquirida através de formação escolar e acadêmica poderá ser
aplicada, desde que esteja de acordo com os objetivos e filosofia de trabalho.


--- Questão [#003]
Estou fazendo um curso de Pós-graduação em Educação Básica de Jovens e Adultos,
em uma Universidade.Quero desenvolver minha monografia sobre um tema ligado à
Pedagogia Espírita. Poderias ajudar-me, indicando alguns textos sobre o assunto?

Resposta: .: Vou sugerir alguns livros, OK? Você escolhe: A Educação Segundo o
Espiritismo (Ed. FEESP) e Pestalozzi - Educação e Ética (Ed. Scipione), ambos
da Dora Incontri; Pedagogia Espírita, de Herculano Pires (Ed. Herculano Pires);
Asas para o Infinito, de Maria Eny Rossetini Paiva (Ed. EME). Pestalozzi -
Educação e Ética faz parte da coleção "Pensamento e Ação no Magistério".

--- Questão [#004]
Qual o critério para integrar-se a um grupo de trabalho no Centro Espírita:
afinidade ou necessidade do Centro?

Resposta: Os dois são importantes. Sem afinidade com o grupo, a necessidade do
Centro não será bem atendida.

--- Questão [#005]
Estou me desligando da Evangelização de uma casa Espírita, porque a
Coordenadora da Evangelização exige que tenhamos disponibilidade e dedicação
total, abdicando da vida pessoal.  Outra evangelizadora casada e com 2 filhos
teve de "deixá-los" por exigência desta.  É correto tal exigência? Ela  agora
vive dizendo que deixou de viver para viver a evangelização.O que podemos fazer
nesta situação?

Resposta: Não sei como esta exigência possa ter sido colocada aos
evangelizadores: se é uma regra, se foi um momento de desabafo ou se é uma
posição pessoal da Coordenadora. Como e quanto nos dedicamos ao trabalho
constitui opção individual, dependendo da disponibilidade de cada um. Se nossa
disponibilidade não é suficiente para que a tarefa seja bem realizada,
racionalmente, não podemos aceitá-la. O Centro Espírita pode ser importante,
mas não vem antes da família, nem da profissão, nem da escola. E a qualidade da
dedicação é mais importante que dedicação integral.

--- Questão [#006]
Como deve ser a forma mais correta de um voluntário da educação espírita agir
perante os educandos?

Resposta: Naturalidade e respeito podem ser um grande começo. Quando somos
naturais, mostrando nossos pensamentos e sentimentos, recebemos naturalidade e
espontaneidade por parte das crianças. E é importante respeitar o que elas são,
seu modo de pensar e sua expressão. É fundamental entender que a criança
constitui o elemento mais importante em todo o seu trabalho: mais importante
que o programa, do que a casa, do que material. Ela é a própria razão de ser da
Educação Infanto-Juvenil Espírita, e assim precisa ser sempre considerada.

--- Questão [#007]
Quais os requisitos para ser um voluntário na Educação Espírita?

Resposta: Comprometimento, vontade de aprender, afinidade com as crianças,
afeição sincera para oferecer.

--- Questão [#008]
Qual a importância, dentro de um Centro Espírita, do voluntariado na Educação
Espírita?

Resposta: Todo trabalho de Educação, seja de crianças,jovens ou adultos é (ou
deveria ser) prioridade de qualquer casa que se diga espírita, porque quando se
compreendeu a natureza da Doutrina como transformadora de almas, é forçoso
convir que as almas somente se transformam por efeito da Educação. Melhorar os
recursos pedagógicos, qualificar educadores e expositores, apoiá-los em seus
esforços de aprimoramento e atualizar as dinâmicas de estudo são providências
que toda casa que pregue fidelidade ao pensamento de Kardec deveria tomar.

--- Questão [#009]
Como deve ser visto o Voluntário da Educação Espírita ante os outros trabalhos
existentes no Centro Espírita?

Resposta: .: Embora exija muita dedicação e tempo, nada impede que o educador
trabalhe como médium, como aplicador de passes, expositor ou tenha qualquer
outra função. Aliás, é interessante que alguém ligado ao Departamento
Infanto-juvenil participe da Diretoria ou, pelo menos, das reuniões da
Diretoria da Casa Espírita, que participe da vida do Centro e que também leve
os posicionamentos e necessidades ligados ao seu setor de atuação.

--- Questão [#010]
Existe diferença entre Voluntário da Educação Espírita para o Evangelizador ou
a Evangelização Infantil e Juvenil? Se existe, qual é?

Resposta: Evangelizar é um termo que oferece uma idéia limitada da tarefa
educacional. Evangelizar é ensinar o Evangelho, e só. Seria, se assim se pode
dizer, quase uma disciplina dentro do grande universo de disciplinas que
constitui a Educação, que se volta ao desenvolvimento integral do Ser. Muito
embora se autodenominem evangelizadores, o que observamos é que estes
trabalhadores atuam como verdadeiros educadores. Então, porque não usar a
palavra correta e chamar de educadores?

--- Questão [#011]
Sempre se falou em trabalhador espírita. Por que agora falar-se em voluntário?
isto não implica em que poderá ser um voluntário sem ter maior comprometimento
com o Espiritismo?

Resposta: Ser voluntário não significa que não se tenha comprometimento. O
voluntário é um trabalhador que se liga a uma atividade com que se identifica,
sem outro ganho além da satisfação pessoal e da chance de ser útil através de
suas capacidades. Não se pode ser voluntário sem sentimento de doação, sem
compromisso com um ideal.

--- Questão [#012]
Sentimos dificuldade em despertar o interesse e assiduidade do adolescente na
casa espírita. Como proceder?

Resposta: Depende das causas. Sugestão: avaliar junto com a equipe e buscar as
causas deste desinteresse; conversar com os jovens sobre as suas expectativas.
Em geral, observamos que o jovem não quer apenas receber, mas deseja
participar. Tornar as aulas mais participativas, abrindo espaço para opiniões,
é um procedimento com boas chances de dar certo. Engajar os jovens em algum
trabalho efetivo da Casa, junto à assistência social, à biblioteca, na
confecção de materiais didáticos para as aulas, no jornal ou informativo, são
estímulos importantes para o seu comparecimento e aumento de interesse.

--- Questão [#013]
Como a gente faz pra atrair as crianças e os jovens para o Centro Espírita?
Sinto uma dificuldade grande nesse ponto; inovamos sempre com atividades novas,
extra classe, muita prática ... mas parece que não é o suficiente. Estou
sentindo que estou falhando em alguma coisa, mas não sei aonde...

Resposta: Quando isto acontece, dificilmente, é pela "falha" de uma pessoa só:
há falhas no todo, no sistema. Independente do que você possa identificar como
dificuldade pessoal sua, é importante conhecer a opinião dos demais componentes
do grupo. Quando sentimos, intimamente, que algo não vai bem, é sempre bom
compartilhar nossa sensação com os demais colegas e encorajá-los a fazer o
mesmo, para que juntos e, contando com a inspiração dos Amigos Espirituais,
possam vislumbrar soluções.

--- Questão [#014]
Como e onde me preparar para ser evangelizador?

Resposta: Acho que já respondi a isto, na segunda questão...

--- Questão [#015]
Sendo a história o melhor recurso para ilustração de conteúdos da
Evangelização, o que você tem a dizer das que se fundamentam, basicamente, em
fantasias?

Resposta: .: Todas as boas histórias, seja realistas ou fantásticas, têm uma
boa mensagem. Se não for uma boa história, não conte. Não creio que devamos ter
nada contra a fantasia em si. O que acontece é que alguns autores misturam
realidades da Doutrina com fantasias, sem que a criança, muitas vezes, possa
saber onde termina uma e começa outra. Neste ponto criam-se confusões, gerando
falsas interpretações. Com estes textos, o Educador precisa ter cuidado.

--- Questão [#016]
A que você atribui a escassez de voluntários da educação espírita?

Resposta: Acredito que as próprias casas têm grande responsabilidade por este
quadro, quando não buscam renovar o grupo, quando não têm um trabalho efetivo
de motivar os freqüentadores a assumirem "pequenas" tarefas, quando não
procuram conhecer as pessoas mais de perto e quando não dizem, nos trabalhos ou
no painel de avisos, que necessitam de ajuda. Conheci casos de pessoas que me
disseram que nunca se ofereceram para ajudar porque pensaram que não havia
necessidade ou porque não sabiam que podiam...

--- Questão [#017]
Quando assistimos algumas famílias e temos palestra para as mães e
evangelização infanto-juvenil e sabendo que as vezes as famílias são
evangélicas, p.ex, ensinar a doutrina espírita se torna mais importante ainda?
Falo no sentido do ensino de fé racional para melhor entendimento. Gostaria de
sua opinião.

Resposta: Minha opinião: é claro que vamos fazer palestras onde apresentamos
nossa concepção da vida, mas isto precisa ser feito com suavidade e sem
intenção de converter quem quer que seja. A fé de uma pessoa, desde que seja
sincera, precisa ser respeitada. As religiões são escolas pelas quais os
Espíritos passam, avançando no entendimento das coisas espirituais, e cada qual
está no seu estágio. Não queremos que a pessoa queime etapas do processo mas
que, se já estiver madura, possa ser despertada para uma nova forma de ver a
vida.

Autor: Rita Foelker

Todo esse material provém dos sites: CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo e da Revista Eletrônica O Consolador.

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