Renunciar, por Emmanuel
Temos na arte de servir ao próximo um dos pilares que Jesus ensinou
Natural de Três Rios (RJ), onde também reside, Maria das Graças Ribeiro
Lazarini é Pedagoga e Professora aposentada. Vincula-se ao Grupo Espírita
Fé e Esperança (GEFE), do qual é a atual presidente. Na presente entrevista, que
gentilmente concedeu ao Consolador, ela nos fala sobre a arte de servir.
Como foi seu primeiro contato com o Espiritismo?
Aos 8 anos em reuniões no Centro Espírita Ivan Costa, em Juiz de Fora (MG).
Quando passava férias em casa de tios que frequentavam as reuniões públicas,
gostava de ouvir o Sr. Izaltino Silveira, que por coincidência foi um dos
diretores do GEFE. Mais tarde, aos 12 anos, já comecei as interrogações, pois
nasci numa família católica. Aos 23 anos, após o desencarne de uma filhinha, fui
visitada por Tia Araci e Sebastiana, que foram criadas no Lar Manoel Pessoa de
Campos, amigas que me convidaram para ir ao Posto Espírita Rita Cerqueira,
dependência do GEFE, para tomar um passe e dali não saí mais, integrando-me a
todas as atividades.
O que mais a impressiona e atrai nesse conjunto harmonioso de ensinos?
A clareza e racionalidade com que são estudados os temas contidos nas Obras
Básicas da Codificação realizada por Kardec. Os ensinamentos e a Moral do
Cristo, revelada na mais cristalina fonte, das leis de Deus.
E o que dizer da arte de servir, tão estimulada pelo Evangelho e pelas próprias
atividades inspiradas pelo Espiritismo?
Creio que os espíritas têm na arte de servir ao próximo um dos pilares que Jesus
ensinou. Mesmo diante das nossas imperfeições vemos grande dedicação ao trabalho
de servir, seja durante uma simples oitiva ao problema do outro, quanto nas
grandes obras de acolhimento e assistência material.
Considera que nós, os espíritas, estamos bem conscientes dessa arte?
Ainda não! Como coloquei, muito tem-se alcançado, porém a caminhada está longe
da perfeição. Há necessidade de distinguir o que é assistencialismo de
Assistência Social, mas já avançamos bem nessa área.
E como superar os apegos ou vaidades e mesmo o egoísmo na vivência do servir?
Acredito que com Seminários, Encontros e Estudos sobre como proceder diante da
diversidade de problemas que chegam a Casa Espírita, iremos podando as arestas e
modificando o ritmo dos atendimentos, inclusive aproveitando para encaminhar
determinados problemas ao Serviço Público, conforme preceitua a LOAS.
Verificamos a importância de um caminhar junto.
Sobre o SAPSE - Serviço de Assistência e Promoção Social Espírita, estimulado
inclusive pelo movimento federativo, o que gostaria de dizer de sua experiência?
Como tive experiência como Secretária de Promoção Social durante muitos anos,
vejo que há necessidade de uma Assistente Social e se possível uma Psicóloga à
frente do SAPSE. Muitas das atividades desenvolvidas requerem um olhar mais
profissional e encaminhamentos aos Serviços Públicos como CRAS, CREAS, CAPS,
CONSELHOS DE DIREITOS etc. Também sou a favor de investimentos na área de
geração de trabalho e renda, dando a vara e ensinando a pescar. É o que nós do
GEFE estamos desenvolvendo, após atendimentos necessários e essenciais.
Quais as principais experiências que considera ter colhido nessa área?
A importância de dar dignidade ao próximo, valorizar o Ser Humano,
principalmente através de oportunidades para que conheçam seus direitos e
invistam no trabalho como meio de sustentabilidade. Se é difícil? Sim, muito
difícil, mas como formiguinhas vamos trabalhando e modificando devagar a
estrutura familiar e social dos que nos procuram ou que sabemos por terceiros
das suas necessidades de proteção básica.
De suas lembranças nessas vivências, o que mais se destaca?
São muitas lembranças, seria difícil relembrar todas que envolveram sentimentos
de dor, tristeza, mas algumas de alegria por ver que, com esforço, conseguiram
superar as dificuldades e hoje sobrevivem com dignidade.
Algo mais que gostaria de acrescentar?
Apenas que o Espiritismo foi um bálsamo em minha vida e que, através dos estudos
e da prática dos ensinamentos de Jesus, penso que tenha melhorado minha conduta
em busca da evolução moral e espiritual.
Suas palavras finais.
Agradeço o convite e a oportunidade de expor algumas experiências vivenciadas no
GEFE, Casa Máter do Espiritismo em nossa cidade. Muita paz, amigo!
Autor: Maria das Graças Ribeiro Lazarini
Todo esse material provém dos sites: CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo e da Revista Eletrônica O Consolador.
A+ | A-