Amor e Ódio

Yvonne do Amaral Pereira é dos nomes mais expressivos da literatura mediúnica espírita. As obras produzidas pela conhecida médium são de impecável conteúdo doutrinário, todo de orientação sedimentada na lucidez e clareza da Doutrina Espírita. Seus incomparáveis livros devem ser lidos e relidos e continuamente divulgados, especialmente para as gerações mais jovens. Seja através dos elucidativos romances, como das consistentes obras doutrinárias, Yvonne deixou expressiva contribuição ao estudo e correto entendimento dos postulados espíritas. Por outro lado, sua vivência exemplar, de humildade e amor ao próximo, fizeram-na um ícone da literatura espírita.

Entre os romances
Entre os romances, de alto nível doutrinário-educativo, está o belíssimo Amor e Ódio. Ditado pelo Espírito Charles e publicado em 1957 pela Federação Espírita Brasileira, a edição que tenho em mãos é a 10ª., de 1994, que chegava aos 100 mil exemplares. Na página assinada por Charles, In Limine, o autor espiritual afirma no primeiro parágrafo: “Dedico este livro à Juventude Espírita do Brasil (...)”, com referência imediata ao O Livro dos Espíritos, destaque na obra em referência.

Orientação precisa
Oportuno destacar no trecho de Charles: “(...) Para a presente obra, adaptada ao Testamento do Cristo (...) preferi valer-me de um tema da vida real, por mais lógico e sugestivo para os fins a que me proponho. Não te oferto, portanto, uma ficção, mas episódio dramático vivido há um século apenas, ao qual eu próprio assisti nas derradeiras etapas da minha última peregrinação terrena. Necessariamente, intercalei o romance nas páginas da realidade, (...) ante a bruteza dos fatos em si mesmos (...)”.

Personagem famoso
Continua o autor, referindo-se ao personagem central da obra: “(...) Conheci-o na França de Luis Felipe, (...) foi aluno gratuito do professor Rivail, operoso profissional tipográfico, merecendo a confiança do Sr. Victor Hugo para a composição de suas peças. (...)”.
Notem os leitores a referência de ligação com o personagem central da obra com o Prof. Rival, futuro Allan Kardec, e com a ilustre figura de Victor Hugo.

Um drama de amor
Continua o autor: “(...) Uma infeliz paixão de amor por certa dama da aristocracia ensejou o drama que motivou estas páginas. Acusado de crimes que não praticou, vitima de represálias odiosas, viu-se relegado a um degredo aviltante pela força imperialista de Napoleão III... e certamente teria sucumbido à pena última não fosse a intervenção generosa de Rivail. (...)” E conclui o autor espiritual: “(...) No mundo astral (...) ele próprio narrou a sua história, precisando detalhes que desconhecíamos, às vésperas de se internar em novas formas carnais, há cerca de vinte anos. Fê-lo pó solicitação do grande Hugo, de quem foi inseparável no Além-túmulo (...)”.
É obra, pois, que indico ao leitor com grande entusiasmo e ênfase, face, pois, a seu caráter verídico e altamente instrutivo.


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