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O Irmão Andrade, que me assinalava as mais íntimas apreciações, comentou o desengano de todas as criaturas que procedem da Terra esperando um céu de contemplações baratas, salientando que muitos Espíritos ociosos, na falsa apreciação da divina justiça, imploram indevido descanso no paraíso, à última hora da experiência terrestre, depois de haverem sorvido todos os venenos da alma, na taça do corpo.

Precipitam-se, então, nas trevas, revoltados no desespero e na indisciplina, além do sepulcro, para que se capacitem da necessidade de continuação do esforço intensivo no auto-aperfeiçoamento. Muitos irmãos, infelizes, nesses protestos inúteis contra as Leis Universais caem presas de temíveis organizações de malfeitores desencarnados, aprendendo aflitivamente a desfazer os grilhões pesados da ignorância e da má-, ao contacto de entidades cruéis que os dominam por tempo indeterminado, qual ocorre na esfera carnal aos homens rebeldes e ingratos que pagam alto preço pelo reajustamento espiritual de si mesmos, na estrada escura da desarmonia e da desilusão.

Considerou comigo os imperativos do serviço e, fazendo-me rir de contentamento, notificou que a minha colaboração seria examinada na primeira oportunidade, aconselhando-me, todavia, muita meditação e muita calma, a fim de não reentrar nas construções da espiritualidade com os prejuízos de luta humana.

Porque lhe perguntasse pelo julgamento de meus atos, respondeu que a morte não nos conduz a tribunais vulgares e, sim, à própria consciência, e que, dentro de mim mesmo, encontraria, de acordo com os conhecimentos evangélicos hauridos no mundo, os pontos vulneráveis do meu espírito, de maneira a corrigi-los.

Corei sinceramente, ao registrar-lhe as observações.

Atenuando, no entanto, o choque com que me beneficiava, esclareceu que os desencarnados totalmente extraviados não conseguiam acesso até ali e que, não obstante entregue ao meu próprio julgamento, um amigo de mais alto viria ajudar-me a recompor o sentimento e o raciocínio.

Intrigado por não ouvir o nome do benfeitor anunciado e não desejando ser indiscreto, perguntei ao Irmão Andrade se ele mesmo não poderia auxiliar-me em semelhante juízo, ao que replicou, sorrindo:

- Como assim, Jacob? Também eu estou lutando comigo mesmo, não posso.

Ante essa revelação de humildade, calei-me resignado.


Por: Irmão Jacob, Do livro: Voltei. Médium: Francisco Cândido Xavier


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