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Centralizara-se geral atenção em torno de curiosa palestra referente aos dons com que o Céu aquinhoa as almas, na Terra, quando o Senhor comentou, paciente: — Existiu um homem banhado pela graça do merecimento, que recebeu do Alto a permissão de abeirar-se do Anjo Dispensador dos dons divinos que florescem no mundo.

Ante o Ministro Celeste, o mortal venturoso pediu a bênção da Mocidade.

Recebeu a concessão, mas, e breve, reconheceu que a juventude poderia ser força e beleza, mas também era inexperiência e fragilidade espiritual, e, já desinteressado, voltou ao Doador Sublime e solicitou-lhe a Riqueza.

Conseguiu a abastança e gozou-a, longo tempo; todavia, reparou que a retenção de grandes patrimônios provoca a inveja maligna de muitos.

Cansando-se na defesa laboriosa dos próprios bens, procurou o Anjo e rogou-lhe a Liberdade.

Viu-se realmente livre.

No entanto, foi defrontado por cruéis demônios invisíveis, que lhe perturbaram a caminhada, enchendo-lhe a cabeça de inquietude e tentações.

Extenuado, em face do permanente conflito interior em que vivia, retornou ao Celeste Dispensador e suplicou o Poder.

Entrou na posse da nova dádiva e revestiu-se de grande autoridade.

Entendeu, porém, mais cedo que esperava, que o mando gera ódio e revolta nos corações preguiçosos e incompreensíveis e, atormentado pelos estiletes ocultos da indisciplina e da discórdia, dirigiu-se ao benfeitor e implorou-lhe a Inteligência.

Todavia, na condição de cientista e homem de letras, perdeu o resto de paz que desfrutava.

Compreendeu, depressa, que não lhe era possível semear a realidade, de acordo com os seus desejos.

Para não ser vítima da reação destruidora dos próprios beneficiados, era compelido a colocar um grão de verdade entre mil flores de fantasia passageira e, longe de acomodarse à situação, tornou à presença do Anjo e pediu-lhe o Matrimônio Feliz.

Satisfeito em seu novo desígnio, reconfortou-se em milagroso ninho doméstico, estabelecendo graciosa família, mas, um dia, apareceu a morte e roubou-lhe a companheira.

Angustiado pela viuvez, procurou o Ministro do Eterno e afirmando que se equivocara, mais uma vez, suplicou-lhe a graça da Saúde.

Recebeu a concessão.

Entretanto, logo que se escoaram alguns anos, surgiu a velhice e desfigurou-lhe o corpo, desgastando-o e enrugando-o sem compaixão.

Atormentado e incapaz agora de ausentar-se de casa, o Anjo amigo veio ao encontro dele e, abraçando-o, paternal, indagou que novo dom pretendia do Alto.

O infeliz declarou-se em falência.

Que mais poderia pleitear? Foi então que o glorioso mensageiro lhe explicou que ele, o candidato à felicidade, se esquecera do maior de todos os dons que pode sustentar um homem no mundo, o dom da Coragem que produz entusiasmo e bom ânimo para o serviço indispensável de cada dia...

Jesus interrompeu-se por alguns minutos; depois, sorrindo ante a pequena assembléia, rematou: — Formosa é a Mocidade, agradável é a Fortuna, admirável é a Liberdade, brilhante é o Poder, respeitável é a Inteligência, santo é o Casamento Venturoso, bendita é a Saúde da carne, mas se o homem não possui Coragem para sobrepor-se aos bens e males da vida humana, afim de aprender a consolidar-se no caminho para Deus, de pouca utilidade são os dons temporários na experiência transitória.

E tomando ao colo um dos meninos presentes, indicou-lhe o firmamento estrelado, como a dizer que somente no Alto a felicidade perene das criaturas encontraria a verdadeira pátria.


Por: Neio Lúcio, Do livro: Jesus no Lar, Médium: Francisco Cândido Xavier


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