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Pergunta-me o meu querido Confrade Antoninho, da cidade de Cajobi, Estado de São Paulo, se eu, como velho jornalista espírita, ainda tenho medo da morte. Meu caro Antoninho, sua pergunta levou-me a entrevistar pessoas do meu relacionamento. Então, perguntei a um médico, meu amigo: Doutor, o Senhor tem medo da morte? Ele respondeu-me, cautelosamente: “Sim, tenho medo da morte. Para nós, médicos, a morte é uma terrível inimiga”. Posteriormente, encontrei-me com um padre, meu conhecido, e a ele fiz a mesma pergunta: Padre, o senhor tem medo da morte? Ele olhou-me espantado e respondeu-me: “Tenho medo, sim, mais do que qualquer outra pessoa, porque sei o que nos espera lá do outro lado. E, de mim, por certo, tudo será cobrado em dobro.”
E, meu caro Antoninho, posso dizer-lhe que, pelos meus longos anos de leituras e de pesquisas psíquicas, graças a Deus, não tenho medo da morte. Sei que lá do outro lado minha vida não será pior do que a que vou levando neste plano de provas. Preocupa-me, apenas, ficar jogado numa cama, sofrendo, mas da morte,em si mesma, não tenho medo. Por isso mesmo, em minhas preces, peço a Deus que, ao invés de dar-me o cartão amarelo, que me dê logo o cartão vermelho.
A sabedoria popular afirma que o dia do nascimento é a véspera da morte. A inquietação das criaturas, com relação à morte ainda continua, apesar de tudo o que já foi dito e escrito sobre ela. Felizmente, para nós, Espíritas, a morte é simples passagem de nível. A própria vida exige a morte como uma renovação e na compreensão da vida reside, por certo, a compreensão da morte. Infelizmente, o homem comum, o homem que vive entranhado nas mazelas da matéria, vê a morte como uma horrível brutalidade. Encara a morte, apenas, como a extinção da matéria e enxerga na decomposição do seu corpo o fim de tudo.
O homem comum, divorciado da espiritualidade, fica apavorado com a idéia da morte, com a troca do conhecido com o desconhecido. O homem agarrado às coisas da matéria, por certo, fica apavorado ao ter que deixar a casa, o carro, a mulher, os filhos, o poder, os prazeres, os vícios. Por isso mesmo, agarra-se ao corpo físico, como o náufrago que agarra as bordas do barco. Entretanto, meu caro Antoninho, não podemos fugir ao império da Lei Natural que comanda a nossa evolução. Nascemos, crescemos, lutamos e morremos. Não podemos esquecer que a morte é parte integrante da Lei Natural. Os estudos da Dra. Elizabeth Kubler Ross, com pacientes terminais, esclarecem que os moribundos passam por diversas etapas antes de morrer. E conclui essa eminente pesquisadora que, “in articulo mortis”, nos momentos finais, “há um silêncio que vai além das palavras e a morte de quem se preparou para ela é algo de profundamente pacífico”.
Meu caro Antoninho, para entendermos a morte, por certo, precisamos espiritualizar a matéria. Precisamos nos sentir principalmente como Espírito e nosso corpo físico como uma simples vestimenta. Com a morte, o Espírito deixa a matéria, como deixamos uma roupa usada para trás. Nosso corpo físico, depois da morte, tem que ser esquecido, porque vai virar uma podridão. Vamos nos cultuar e nos respeitar como Espírito comandando a matéria. Para entendermos a morte, precisamos deixar de temê-la, precisamos aprender a conviver com ela, precisamos nos preparar, incorporando como norma diária o Evangelho do Mestre. Há uma pensamento Notável do padre Vasconcelos Jr.:
“Viva, como quem se prepara para morrer e
morra, como quem se preparou para viver”.
Temos que morrer psicologicamente para muitas coisas desta nossa existência: temos que morrer para as nossas ambições, temos que morrer para o nosso egoísmo, temos que morrer para o nosso orgulho, temos que morrer para os nossos prazeres fúteis, temos que morrer para tudo o que possa comprometer a nossa paz íntima. Sim, quanto mais soubermos viver, menos temeremos a morte.
A morte para o bom cristão será como o despontar do sol, numa manhã primaveril. Será a libertação do nosso “Ego”para enxergar a beleza e a verdade de planos que nos conduzem à plenitude do nosso Espírito.
Razão assiste ao nosso Eminente Victor Hugo, quando escreveu:
“O túmulo, que sobre nós se fecha, abre
o firmamento e aquilo que pensamos ser
o término é apenas o começo”...


Por: Domério de Oliveira - Rie, Caso tenha ou possua, envie-nos a referência desse texto.


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