Ensinar, por Espíritos Diversos
Eldad e Medad
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Ao se falar a respeito de comunicação com os mortos, lembram alguns da
proibição feita por Moisés.
No entanto, o que Moisés proibiu foram os abusos reinantes em sua época.
Estabeleceu exatamente a mesma norma que o Espiritismo recomenda: evitar a
invocação de Espíritos para fins menos elevados, para consultas frívolas ou
para obter informações do terra-a-terra.
O que Moisés combatia era o uso da mediunidade sem objetivos sérios. Por
outro lado, aplaudia toda vez que reconhecia a seriedade com que médiuns
idôneos falavam com os Espíritos.
A prova do que afirmamos se encontra no livro bíblico de Números, capítulo
onze. Um moço foi denunciar a Moisés que dois médiuns, de nome Eldad e Medad,
estavam recebendo comunicações mediúnicas.
Imediatamente, seu assessor mais direto, Josué, falou: Moisés, proibe-lhes.
Contudo, o libertador do povo hebreu disse: Tens tu ciúme por mim? Quisera
eu que todo o povo do Senhor fosse profeta, que o Senhor lhe desse o seu
Espírito!
Essa atitude deixa bem claro que a sua proibição não atingia os médiuns
sérios e conscientes dos seus deveres. Somente aqueles que não se
preocupavam com a verdade e, por isso mesmo, se tornavam levianos
porta-vozes dos Espíritos mentirosos e enganadores.
Ele mesmo, Moisés, entrava em contato com o Espírito Jeová, o Espírito
protetor da nação israelita.
Não existe lógica, portanto, em se afirmar que a proibição de Moisés fosse
irrestrita. As páginas do Velho e do Novo Testamento estão cheias de
demonstrações do intercâmbio dos homens com o mundo invisível.
No dia de Pentecostes, todos os Apóstolos foram inspirados pelos Espíritos.
Ocorreu aí a maior sessão coletiva de mediunidade, na história religiosa do
mundo.
Paulo de Tarso, o Apóstolo dos gentios, recebeu em seu quarto a visita de um
Espírito que lhe pede que vá à Macedônia, para esclarecer o seu povo a
respeito dos ensinos da Boa Nova.
E, na sua Primeira Epístola aos Coríntios, afirma que a manifestação do
Espírito é dada a cada um, para o que for útil. A cada um pelo Espírito é
dada a palavra da sabedoria. E a outro, pelo mesmo Espírito, é dada a
palavra da ciência. E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé. E a outro, o dom
de curar.
Finalmente, diz o Apóstolo tarsense: Todos podeis profetizar, uns depois dos
outros, para que todos aprendam, e todos sejam consolados.
O fato ocorrido com os médiuns Eldad e Medad é suficiente para provar que
Moisés proibia somente a mediunidade sem escrúpulos, a que visa atender a
própria vaidade ou aos interesses terrenos.
Nada tem a ver com a mediunidade que se torna sublime atendimento ao irmão,
no consolo, no esclarecimento, no arrefecer das dores.
Na atualidade, não é mais possível se fazer silenciar as vozes dos
Espíritos, porque estamos vivendo os tempos de que o profeta hebreu Joel
falou: O Espírito será derramado sobre toda a carne.
Época em que as pedras falarão. As pedras, se referindo aqui às lápides dos
túmulos. No sentido alegórico, os Espíritos que, um dia, habitaram os corpos
que se encontram enterrados debaixo delas.
Por: Momento Espírita, Redação do Momento Espírita, com base no cap. I, item os médiuns Eldad e Medad, do livro O evangelho pede licença, de Paulo Alves Godoy, ed. FEESP. Do site: http://momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=4061&stat=0
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