Ensinar, por Espíritos Diversos
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Querida Mãezinha Dirce e meu querido Paizinho Severino. Peço a bênção que sempre me faz profundamente feliz, ao mesmo tempo que rogo a Deus nos proteja.
Penso que será um privilégio, mas sei que sou desculpado. As mães sabem o que seja o amor, quando se condensa na saudade e os colegas aqui são os companheiros dedicados que me compreendem.
Entendo que os corações abençoados, aqui reunidos, exercerão, como sempre, a tolerância de que necessito e tentarei prosseguir em meu correio do coração.
Mãezinha Dirce, o assunto é mais entre nós. Hoje reconhecemos que a chamada “morte” de um filho é uma chaga aberta na sensibilidade das mães e dos pais que ficam. Ferida íntima que exige tratamento. E essa terapêutica, Mãezinha querida, é a assistência medicamentosa do carinho e da compreensão transformados em palavras.
Observo que não sou o dono das frases providenciais. Nunca soube encaixar os verbos adequados ao consolo e à construção de Espiritualidade, mas um filho será sempre alguém para as mães, alguém diferente, com o dom de restaurar e lenir, reconfortar e reaver energias.
Rogo ao seu devotamento para que a fortaleza se faça em nós. Nada de angústia ou de aflição vazia. Sei que a sua ternura com a abnegação de meu pai fazem o máximo para que os nossos recursos de resistência se entrelacem na garantia de nossa segurança.
A casa de saúde, mãezinha, é um lar de reconforto e de cura; no entanto, as doenças da alma, como sejam a carência de afeto – presente e a falta de alguém que nos supre de forças, as saudades sem conta e os anseios de reencontro que o tempo nos reclama esperar, no fundo, são provações que os remédios humanos, respeitáveis embora, não conseguem afastar. Poderemos, sim, anuviar o pensamento com certos fatores de acalmia que realmente. Anestesiar não é esquecer. As chagas voltam no ponto em que as deixamos,sempre que a nossa opção se incline pela farmácia da Terra. É por isso que lhe peço continuarmos na reconquista de sua própria integração completa em si mesma.
Quanto pudermos, concentremos atenções em nosso caro André Luiz. Acompanho a evolução e crescimento do irmãozinho que recebi da Divina Providência com o enlevo de todos os dias, qual se achasse, de novo, em nossa casa da Terra.
Compreendo que a nossa querida Mãezinha Amélia divide conosco os mesmos cuidado de outro tempo, quando me tutelava por filho, de partilha com o seu carinho do coração. Andrezinho é para nós também um enfermeiro-mirim, porque, em lhe oferecendo preocupações, nos transforma o tempo de ansiedade em horas de paz e de nova esperança. Mãezinha Dirce, estaremos juntos. Dá para sorrirmos um tanto, pois o nosso querido Andrezinho é para nós um ponto de encontro. Isso ocorre porque o irmãozinho não chegou ao nosso ambiente sem muita significação para nós.
Às vezes, Mãezinha, a única maneira de suprimir nossas dores é a dádiva de novas inquietações no caminho. Sei que a saudade é uma flor de rara beleza no terreno de nossas almas; entretanto, a saudade exala um perfume capaz de intoxicar-nos sempre que estejamos exagerando nas doses.
Agora, Mãezinha, a nossa estrada para o reencontro há de ser asfaltada de muito trabalho na dedicação ao próximo, a fim de que o carro de nossos desejos continue viagem para a frente, sem riscos de tristeza ou de enfermidade que sempre provocam desastres por dentro do coração.
Creiamos na alegria e na paz, na certeza de que a felicidade é nossa, desde que estejamos dispostos a sustentá-la. Tudo na Terra, nos setores da existência que desfrutamos, vai passando com a rapidez de um curso para determinadas lições. É preciso converter nossas ânsias em meios de servir e os nossos minutos em bondade e compreensão no apoio aos semelhantes, porque, efetivamente, hoje reconheço que a caridade não é propriamente o meio de dar e sim,principalmente, o canal para receber.
Auxiliando a alguém, temos o apoio desse alguém, no sentido de esvaziarmos o próprio espírito do peso de muitas incompreensões que simplesmente nos prejudicam. Agradeço ao seu carinho materno e a meu Paizinho Severino, à Mãezinha Amélia e ao Paizinho Olavo, à Vovó Deolinda e a todos os nossos, o que fazem no auxílio aos outros em meu nome e rogo Deus faça render na Contabilidade da Vida, a cem e amil por uma, todas as bênçãos que distribuem, recordando-me a presença e o carinho. E continuemos na mesma senda de amor, porque, por essa trilha iluminada de fé, chegaremos, sem problemas, aos nossos objetivos.
Agradeço o seu esforço na diminuição dos remédios e, graças a Deus, registro que a sua dedicação em tranqüilizar-nos é um agente seguro. Digo assim ,porque a vejo quase absolutamente livre desses apoios químicos que são bênçãos de Deus, entretanto, das quais não devemos usufruir senão pelo tempo necessário.
Somos agradecidos ao seu entendimento, satisfazendo-nos o pedido; e agora, Mãezinha Dirce, é preciso defendermos a saúde orgânica do Paizinho Severino. Meu pai está na condição do tronco bendito que nos escorou por muitos meses seguidos e, agora, à medida que melhoramos, em matéria de segurança, ele assinala os efeitos de nossas lutas.
Paizinho, é indispensável auxiliar-se, reconstituindo as próprias forças. Vovó Pessoa e muitos amigos estão a postos, no auxílio de que carecemos.
Peço aos queridos Paizinhos dizerem ao nosso caro amigo Dr. Marins(1) que não me esqueci das solicitações dele junto à Mãezinha nos dias últimos da Terra. Ele conversava comigo pelo sem-fio do coração e tomei nota. Sou realmente muito pequeno ainda, mas desejo aprender gratidão na escola do amor. Digam a ele que a nossa querida Dona Izaura(2) está repousando. Repousando para novamente fortalecer-se. Afeições numerosas dispensam-lhe todas as atenções que merece e, muito em breve, aquele coração de Mãe brilhará sobre ele e sobre os entes queridos do mundo, como a estrela de paz que sempre foi, no campo da família e nas bênçãos do lar.
Rogo transmitirem ao nosso Piva todos os meus votos de confiança e de afeto. Ele e o Iwaldo(3), nobres companheiros, tantas vezes me recordam e perguntam se realmente estou vivo...E estou cada vez mais presente, a fim de ouvi-los. Muitos obstáculos surgem hoje na Terra para os que atravessam as faixas da mocidade. E notadamente os jovens cristãos lutam muito a fim de conservar a fé. Mas os nossos queridos amigos saberão caminhar com Jesus nos recessos da lama.
Mãezinha Dirce, a vida é a vida e ninguém morre. Prossigamos sempre unidos, fazendo por todos os nossos quanto nos seja possível em apoio e compreensão.digo nossos para lembrar os que se encontram mais intimamente associados à nossa associados à nossa vida. Nosso querido Fernando(4) e nosso querido Alexandre, com todos os mais crescidos são nossos, nossos tesouros de trabalho, que nos ofertam as melhores oportunidades de entender e ajudar, abençoar e servir.
Amigos aqui nos recomendam transmitir-lhe as lembranças. Nosso Augusto é o companheiro invariável, dando-nos frente e cooperação para que sejamos os irmãos contentes na execução de nossa vontade de falar e de construir. Ele abraça a nossa Dona Yolanda, afirmando que se acham sempre juntos.
Senhor Abreu(5) comunica à nossa irmã Dona Laura a certeza de que permanece ao lado dela, amparando a família, especialmente ao filho Júnior. José Roberto beija as mãos dos pais queridos; nossos caros irmãos Nascer e Nicolelo(6) estão aqui associados às nossas preces, rogando a Jesus pela felicidade dos pais queridos. Nosso Carlos Alberto, o Toledo(7), compartilha de nosso contentamento, enlaçando os pais no carinho de sempre e o nosso ambiente com um sorriso de paz e de luz, a encorajar-nos ao para o exercício do bem.
Muitos amigos outros estão presentes e a lista seria talvez muito grande para a minha pequena capacidade de registrar.
Mãezinha Dirce, tenhamos fé para vencer, fé em Deus e em nós mesmos. Um amigo ainda nos recomenda registro. É o irmão Antônio, explicando às nossas queridas irmãs Dona Yolanda e Dona Mafalda(9) que ele está colaborando para que a saúde de Dona Mafalda esteja plenamente refeita.
Sei que os telerrecados de carinho cruzam nos fios de meu pensamento...Por isso, peço a todos os presentes para se sentirem lembrados amados auxiliados e sempre queridos.
Paizinho Severino e Mãezinha Dirce, recebam todo o amor no reconhecimento do Tato que lhes acompanha os corações com a fidelidade e com o reconhecimento de todos os dias.
Sei que ambos agora cabem nos meus braços. Aquele que se desenvolveu nos braços dos pais queridos volve agora, de regaço amplo para guardá-los juntos... Fiquem aqui, bem aqui comigo, corações no meu coração e rezemos os três juntos: “Pai Nosso que estás nos Céus”. Trago-lhes a luz que me deram, a luz da oração que nunca se apaga...
E com as suas preces de amor, deixa-lhes o carinho total da sua vida, com muito amor e com muita saudade, o Tato sempre de vocês e sempre filho reconhecido,
Por: Carlos Alberto, Do livro: Somos Seis, Médium: Francisco Candido Xavier e Caio Ramacciotti
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