Ensinar, por Espíritos Diversos
Conseguindo Eloquência na Oratória
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O uso de técnicas retóricas.
As técnicas retóricas são essenciais ao orador. Elas colocam ordem nas frases. Fazem com que a fala do orador seja agradável aos ouvidos. No entanto, as técnicas retóricas, por melhor que sejam, não necessariamente são persuasivas. Isto é, não necessariamente, mesmo usando-as corretamente, o orador conseguirá atingir seu objetivo.
Não obstante sejam importantíssimas, as técnicas retóricas alcançam, em termos de força de comunicação, não mais do que 20% do resultado final.
Muitos oradores acreditam que, se bem aplicarem as técnicas retóricas, suas falas serão brilhantes e persuasivas. E aí está o grande engano.
Eloqüência, o fator fundamental.
A probabilidade de conseguir efetivos resultados aumenta consideravelmente se o fator fundamental se fizer presente na comunicação com o público. Este fator é a eloqüência. Em termos de força de comunicação, as técnicas retóricas, conforme já comentado, alcançam não mais do que 20%. A eloqüência completa os 100%. Isto é, atinge a grande marca dos 80%.
O orador - se quiser destacar-se - necessariamente precisa ser eloqüente.
O bom comunicador se preocupa – acertadamente – em utilizar-se de técnicas retóricas para conseguir atingir seus objetivos. No entanto, quantos utilizam corretamente das técnicas retóricas e não motivam o público a agir de acordo com os seus propósitos? Na verdade, há pouca valia em utilizar-se das mais eficientes técnicas retóricas se a eloqüência não se fizer presente. Uma boa comunicação, sem eloqüência, nada mais é do que uma fala agradável de ouvir. Mas, resultados?... Aí já são outros quinhentos.
Mas o que é eloqüência ou: o que é ser eloqüente?
De forma simples e direta, ser eloqüente é conseguir resultados positivos através da comunicação. Dá trabalho ser eloqüente. Exige disciplina, mudança de atitudes e persistências nessas novas atitudes. Mas, se o orador seguir e cumprir, com os procedimentos abaixo comentados, e persistir nessas novas atitudes, fácil será ser eloqüente, pois a eloqüência passará a ser um novo e produtivo hábito.
Como ser eloqüente?
Como pré-requisito é preciso que o comunicador tenha desenvolvido habilidades na arte do uso de técnicas retóricas. Lembramos ao leitor que, em tese'>síntese, as técnicas retóricas tem por finalidade transformar a fala em comunicação, colocando ordem em nossa exposição.
A ordem do esquema retórico, assunto mencionado no parágrafo anterior, é composta de três fases:
I - INTRODUÇÃO: fase em que o orador procura captar a atenção do público através de recursos adequados como, por exemplo, contar uma história relacionada com o tema;
II - ASSUNTO CENTRAL: fase em que o orador entra no tema propriamente dito, inserindo argumentações apropriadas;
III - CONCLUSÃO: fase em que orador faz uma tese'>síntese do que foi dito, e termina com uma frase forte e objetivo.
Como requisito para ser eloqüente, deve o orador utilizar-se dos seis procedimentos ou fatores a seguir.
I- Conhecimento
O primeiro fator da eloqüência é o conhecimento do tema. O orador precisa conhecer o tema mais do que o público o conhece. Falar com conhecimento de causa é não ser preciso “procurar” palavras: estas espontaneamente irão surgir.
II- SOS
O segundo fator é o que denomino de SOS: Sentir – Olhar – Sorrir. É preciso falar com sentimento (nada de passar um relato frio, sem vida), é preciso olhar nos olhos dos ouvintes e é preciso falar esboçando um leve sorriso. Sobre o olhar nos olhos, o orador que se comunica visualmente com o ouvinte (olhando nos olhos) tem quatro principais vantagens de imediato: valoriza o público, tem condições de se sentir a receptividade de sua fala, sua naturalidade fica evidente e as palavras vestem suas idéias com grande facilidade. A pessoa que, na comunicação, utiliza desses três procedimentos (que formam a sigla SOS) passa ao interlocutor simpatia e confiança, que são duas qualidades imprescindíveis à boa comunicação.
Vale a pena insistir na importância força do sentimento, na força da emoção. Posso dizer, sem medo de errar, que falar com emoção é a regra básica da boa comunicação. Sentir o que está dizendo faz sua mensagem ser transmitida por todos os poros do seu corpo. Colocando sentimento sua fala será muito mais expressiva, uma vez que naturalmente a emoção faz aflorar a necessária gesticulação, além de melhorar o ritmo da voz. Ingredientes estes que dão colorido à fala. Os gestos expressivos, conseqüência do sentimento colocado pelo orador, impõem sua presença, estimulam o surgimento de frases fortes, cativam o público. Nesse caso, acompanha a boa gesticulação também a boa expressividade fisionômica, que é uma das melhores maneiras de passar para o público sua sinceridade, convicção e emoção. O ritmo da voz, também conseqüência do sentimento colocado pelo orador, entretêm e comove o ouvinte. (Obs.: ritmo da voz é o conjunto das alternâncias da intensidade e da velocidade e a correta utilização das pausas).
III-Construção e seqüencia de frases
O terceiro fator é a construção e seqüência de frases. O bom comunicador precisa criar algumas frases que bem reafirmem as partes de sua oratória, que valorizem suas argumentações e que sejam estimuladoras. A boa construção das frases e a adequada seqüência das mesmas, propiciam o necessário diferencial qualitativo.
IV-Objetividade
O quarto fator é a objetividade. O bom comunicador pode até ter curtas falas paralelas ao tema, para deixar a comunicação mais leve e natural. Mas o que o público mais quer, é o uso da objetividade. O ouvinte ali está para ser bem informado. E a boa informação só ocorre se a objetividade se fizer presente.
V-Concisão
O quinto fator é a concisão. Ser conciso é falar o necessário e o suficiente. O contrário de ser conciso é ser prolixo, isto é, aquela pessoa que fala demais, que não sabe a hora de parar. O ouvinte quer concisão, pois ela – a concisão – ajuda sobremaneira na retenção do que está sendo passado.
O orador conciso, isto é, aquele que fala apenas o necessário e o suficiente, não cansa o público, portanto, o orador conciso colhe com maior facilidade os frutos da boa retórica.
VI-Empatia
O sexto e último fator é a empatia. Esta é a qualidade das qualidades. Se a seqüência desses fatores determinasse a importância de cada um deles, a empatia figuraria em primeiro lugar. Empatia é a capacidade que todo comunicador tem (ou deve desenvolver) de colocar-se no lugar do ouvinte. Você não fala para paredes ou cadeiras. Você fala para seres pensantes, divagadores por natureza. Se o ouvinte não se interessar pelo assunto aí sim você passará a falar para paredes ou cadeiras. Essa qualidade deve estar presente no bom comunicador. Isto é, é preciso ser empático, o que significa ter a preocupação de, ao transmitir sua mensagem, colocar-se no lugar do outro, saber como e o quê o outro gostaria de ouvir.
ADENDO: Faça seu próprio teste: Sou um orador eloqüente?
1) Procuro começar a apresentação com frase ou história ou pergunta que capte a atenção do ouvinte já no início de minha fala, despertando-lhe o interesse em me ouvir?
[ ] SIM [ ] NÃO
2) Procuro terminar a apresentação com frase ou história ou pergunta que estimule o ouvinte a ir – entusiasticamente - ao encontro do propósito da minha fala?
[ ] SIM [ ] NÃO
3) Preparo-me adequadamente, para bem dominar e conhecer o tema?
[ ] SIM [ ] NÃO
4) Coloco sentimento na fala, para que a expressividade (voz, gestos, postura) possa aparecer?
[ ] SIM [ ] NÃO
5) Procuro comunicar-me visualmente de forma simpática com o ouvinte ou com o público?
[ ] SIM [ ] NÃO
6) Mesmo em assuntos sérios, mantenho a expressão facial sorridente?
[ ] SIM [ ] NÃO
7) Saio do lugar comum, construindo boas frases e colocando-as na seqüência ideal?
[ ] SIM [ ] NÃO
8) Falo de maneiro objetiva, fazendo com que, ao final da apresentação, o público não tenha dúvida sobre qual foi o tema básico desenvolvido?
[ ] SIM [ ] NÃO
9) Sou conciso, isto é, evito a prolixidade (o falar além do necessário)?
[ ] SIM [ ] NÃO
10) Utilizo-me da empatia, isto é, coloco-me no lugar do público?
[ ] SIM [ ] NÃO
Se todas as respostas forem “SIM”, parabéns! Você é um orador eloqüente.
Por: Alkindar de Oliveira, Caso tenha ou possua, envie-nos a referência desse texto.
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